A posição foi defendida por João Santos Luís num encontro virtual, de cerca de uma hora, que manteve, na manhã de hoje com o Presidente da República, José Maria Neves, acompanhado de membros da comissão política do seu partido, que teve como pano de fundo a situação política do País.
Segundo João Luís, a situação política nacional “não é boa” porque o País tem tido um “Governo sem coração” que “não tem conseguido encontrar um equilíbrio social do País” e os governantes “mais fazem propagandas do que acções concretas e palpáveis”.
“Do nosso ponto de vista têm assobiado para o lado como se nada estivesse a acontecer. O Governo, como temos constatado, melhora as condições de vida daqueles que ganham muito, mas fecha os olhos e deixa os ossos e as migalhas mais vulneráveis. Trata-se de um Governo sem coração”, afirmou João Luís.
Conforme o presidente da UCID, durante o encontro com o mais alto magistrado da nação foram abordadas uma série de questões preocupantes para o partido tal como o sector da educação, considerado, para eles, o motor de desenvolvimento da sociedade.
Neste sector, avançou, a UCID pediu ao chefe de Estado que, através da sua magistratura de influência, e junto com o Governo, consiga encontrar soluções para a classe docente e a não docente que, do ponto de vista do partido, “têm sido esquecidas”.
“A nível nacional, a classe docente tem mostrado uma grande insatisfação que merece uma atenção especial do Governo. A classe não docente como guardas, cozinheiras, o pessoal de limpeza das escolas tem sido desprezado pelas autoridades, Governo e Ministério da Educação, e pedimos atenção a esta classe”, afirmou a mesma fonte, que também defendeu que os sectores de transporte aéreo e marítimo continuam de mal a pior.
Isto porque, afirmou, no sector do transporte aéreo há “desrespeito” pelos passageiros nacionais e estrangeiros, os preços que “continuam proibitivos”, face ao custo elevado de vida dos cabo-verdianos e após a privatização da ASA, a primeira medida foi aumentar as taxas complicando ainda mais a vida daqueles cabo-verdianos que precisam viajar de uma ilha para outra.
Relativamente ao transporte marítimo, a UCID comunicou ao Presidente da República que está à espera que o Governo compre os navios para colocar à disponibilidade da concessionária para poder accionar o Ministério Público, que deve zelar para uma boa gestão do património público.
Para a UCID, o sector da saúde passa por “grandes dificuldades”, desde a classe médica e dos enfermeiros, falta equipamentos de diagnósticos, para oferecer um bom cuidado de saúde, no sector da Justiça há morosidade devido a não implementação de medidas adequadas por parte do Governo nomeadamente recursos humanos suficientes.
“A situação laboral também não é boa, principalmente os trabalhadores do sector turístico, e as operadoras do sector industrial que precisam de redefinição da estrutura salarial para ter recursos e diminuir o grande fosso entre os que ganham muitos e os que ganham miséria”, sustentou.
Das preocupações manifestadas ao Presidente da República consta ainda o processo de privatização das empresas públicas cujas informações e os dossiês que, segundo revelou, não são divulgados pelo Governo que também não esclarece sobre o produto dessas mesmas privatizações.
“O Governo não apresenta um plano de aplicação dos recursos advenientes da privatização. Estes recursos devem ser utilizados para o financiamento da economia” criticou o presidente da UCID, que falou ainda da “agudização da insegurança, crescimento do narcotráfico, captura da democracia” e outras questões que o “Presidente de Repúblicas prometeu dar juntamente do Governo”.
A Semana com Inforpress