"Esta não era uma missão impossível! Os ministros chegaram a um acordo político sobre a redução da procura de gás antes do próximo inverno", informou, segundoo a SIC Noticias, a República Checa, que detém a presidência rotativa da UE, através do Twitter.
No Conselho Extraordinário, que reuniu os ministros da Energia e Ambiente da União Europeia, 26 dos Estados-membros votaram a favor, a Hungria foi o único país que se opôs. Como era apenas necessária uma maioria qualificada, a proposta da Comissão Europeia para redução de 15% do consumo de gás foi aprovada.
Numa primeira fase, os Estados-membros são chamados voluntariamente a poupar no consumo de gás, no entanto, e se a Rússia cortar totalmente o fornecimento, o estado de alerta poderá ser acionado e o corte passará a obrigatório.
Foram as exceções e isenções que permitiram o acordo. Estas exceções foram feitas à medida de Estados-membros como os Países Bálticos, Polónia, Irlanda, Chipre, Malta, Espanha e Portugal.
Desde o primeiro momento que a Península Ibérica esteve contra esta proposta da Comissão Europeia, alegando ser injusto e impossível de cumprir sem colocar em causa a produção de eletricidade.
Portugal o que consegue, através das exceções previstas e em algumas situações, é uma redução do consumo em apenas 7%. Porém este corte pode ser ainda muito menor se, por causa da seca extrema, enfrentar um problema de produção de eletricidade e necessitar do gás para essa finalidade.
Segundo a mesma fonte, a Alemanha considera que as exceções definidas são compreensíveis, porém será necessária muita solidariedade com este país. Este é um dos pontos que ficou assente no acordo.
Na segunda-feira, a Gazprom anunciou que ia desligar mais uma turbina do gasoduto Nord Stream 1, um corte drástico no abastecimento ao alemães e que levou ao aumento dos preços dos gás natural na Europa em cerca de 10%. Este gasoduto passará a funcionar apenas a 20% a partir de quarta-feira.
Novo plano já responde às preocupações de Portugal
Conforme ainda a SIC, o ministro do Ambiente português, Duarte Cordeiro, disse esta terça-feira que a mais recente proposta já responde a algumas das questões levantadas por Portugal.
Em declarações à entrada do Conselho Extraordinário de ministros da Energia da UE, congratulou-se pela mais recente proposta de regulamento colocada sobre a mesa pelo executivo comunitário, que contempla exceções, já dar resposta “a algumas das questões levantadas por Portugal e outros países”.
“Queria dar nota de que nunca esteve em causa a solidariedade de Portugal. Portugal sempre foi e quer ser solidário com os restantes países europeus”, sublinhou, ressalvando, no entanto, que havia questões que “eram muito importantes” para Portugal, designadamente a nível de interligações e de segurança no setor elétrico, e que foram devidamente sinalizadas pelo Governo e aparentemente respondidas na mais recente versão da proposta que os 27 vão esta terça-feira discutir.