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Guinness de longevidade canina Bobi morreu com 31 anos 26 Outubro 2023

O mastim-do-Alentejo Bobi nascido em 11 de maio de 1992 e recorde do Guinness, como o cão mais velho vivo e o mais velho de todos os tempos, morreu neste dia 21 aos trinta e um anos, cinco meses e dez dias de idade — equivalente a 220 anos humanos.

Guinness de longevidade canina Bobi morreu com 31 anos

A rara longevidade do cão mais-que-bicentenário, em termos de idade humana, pode ser atribuída ao ambiente tranquilo da quinta e à alimentação igual à nossa menos os temperos. Isto disse à reportagem da SIC o dono Leonel Costa, que conta ter vencido a oposição dos pais aos sete anos para ficar com o cão.

O canídeo residente em Conqueiros, Leiria, no centro de Portugal, quebrou recordes mundiais, certificados pelo Guinness em fevereiro quando atingiu os trinta anos e 286 dias.

Segundo a literatura veterinária, o rafeiro-do-Alentejo, também chamado de mastim português ou mastim-do-Alentejo, com uma média de vida em torno dos treze anos, é uma "antiga raça canina originária da região alentejana de Portugal, utilizada como cão de guarda de rebanhos bovinos".

Guardador de vacas, o Bobi. Teria um mastim igual o menino protagonista de Constantino Guardador de Vacas e de Sonhos que Alves Redol publicou em 1962? Um mastim-do-Alentejo como Bobi?

Festa de anos com estrangeiros de vários países

Desafiado pelo Guinness a realizar uma festa, Leonel Costa exigiu que fosse em casa. "Não pôde ser no seu dia de aniversário, porque alguns veterinários estrangeiros queriam estar presentes e não podiam vir na quinta-feira", explicou, ao admitir que terá gasto cerca de 1000 euros na festa.

"Pelo Bobi vale tudo. Ele merece. Se não fosse o Guinness tinha realizado uma festa só para os amigos, mas assim vieram pessoas de todo o mundo. Tenho pessoas inscritas para conhecer o Bobi até junho", confessou, ao elogiar aquele que considera um ’filho’: "O Bobi é um anjo. Não é um cão nada protetor. Se alguém entrar em casa, ele deixa. É muito sociável, é um doce e adora animais e pessoas".

Palavra de veterinário

Dois veterinários internacionais presentes na festa dos 31 anos do cão mais velho do mundo, em Leiria, admitem que o segredo da longevidade do Bobi está além da liberdade e uma vida social rica também na comida de humano. Por isso, na ementa desse sábado natalício não faltou a dourada e o porco no espeto. "Só não gosta de esparguete à bolonhesa.", disse Leonel.

Para a veterinária americana Karen Becker, presente em Conqueiros, o segredo da longa vida do patudo estará precisamente na comida fresca e diversificada, "boa comida de humano", que Leonel lhe prepara diariamente, "sem conservantes ou ingredientes sintéticos que não foram altamente processados e com uma quantidade abundante de diferentes nutrientes."

"O Bobi come peixe todos os dias e o peixe contém ácidos gordos, o ómega 3, dha/epa que nutre o seu cérebro, as células do sangue e a sua pele.", acrescentou.

Aliado a uma boa alimentação está também "uma vida sem grande stress": o Bobi tem a floresta e um jardim bonito todos os dias, onde ele próprio seleciona ervas e vegetais que gostaria de comer e faz exercício diariamente.

Karen Becker testou a microbiota e realizou testes de DNA através de saliva, para perceber a razão de alguns cães terem uma "vida extremamente longa".

"O laboratório dos Estados Unidos analisou a bactéria da microbiota e basicamente disse que, comparado às centenas e milhares de amostras que analisaram ele era um ’unicórnio’. Tinha mais colónias e diversificadas comparativamente com todos os cães que já viram. Quando perguntámos aos microbiologistas a que é que atribuíram essa diversidade, acreditam estar relacionada com a sua dieta", revelou.

Esta especialista admitiu que está "obcecada" por perceber como poderá fazer os cães viver mais tempo de forma intencional. "O que descobrimos, depois de falar com mais seis donos dos cães mais velhos do mundo, é que todos têm variáveis comuns. Todos alimentam os seus cães com comida variada e feita em casa. Os cães não comem comida de cão. Todos eles podem estar ao ar livre e fazer muito exercício. Têm uma vida com pouco ’stress’, pouca exposição a químicos, como pesticidas e consomem poucos medicamentos veterinários", considerou.

Uma das vantagens, sublinhou, é a vida social "muito rica" de Bobi, que se encontra com muitos cães quando vai passear.

Peter Dobias, um veterinário do Canadá, foi outro dos convidados. "Vim, talvez por isto ser histórico. É um evento inspirador para todos, porque todos desejamos ter uma vida longa e queremos que os nossos cães vivam o máximo possível, tendo uma boa vida", afirmou à Lusa.

E qual o segredo para um cão viver 31 anos? "Tem de ter sorte para ter os genes corretos, a casa certa, as circunstâncias corretas e amigos. O Bobi tem amigos e uma excelente família. Além disso, vive numa zona rural. Não está numa trela, nem tem coleira", sublinhou.

Fontes: Lusa/AP/SIC/GWR.org/...

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