Só assim, considerou Marisa Carvalho, se poderá caminhar rumo a uma participação democrática “mais justa e estável”, e fomentar a “efectiva participação das mulheres” em todos os domínios da vida pública e privada.
Carvalho falava hoje, em São Vicente, durante a abertura de uma formação de capacitação sobre liderança, comunicação e igualdade de género, dirigida a 20 mulheres sanvicentinas dirigentes e integrantes em associações comunitárias de base, ONG ou sindicatos da ilha, e que se enquadra no projecto “Promover a participação das mulheres nos processos democráticos”, financiado pela Cooperação Espanhola.
Ademais, lembrou a mesma fonte, o contexto da formação prende-se com “o papel crucial” que as instituições da sociedade civil desempenham no funcionamento da democracia, contribuindo como agentes impulsionadores cidadania e participação democrática, capazes de promover e articular demandas de grupos heterogéneos e, acima de tudo, influenciar políticas públicas.
Por isso, reforçou, torna-se “essencial reforçar” as capacidades das mulheres dirigentes e integrantes das associações comunitárias de base, ONG e sindicatos e dotá-las de ferramentas que permitam que exerçam a sua influência e desenvolvam o seu trabalho de forma “mais eficaz e eficiente”.
É que, sintetizou Mariza Carvalho, a participação das mulheres nas lideranças dessas instituições “está ainda aquém do desejado”, pois apenas 28 por cento (%) das associações comunitárias e ONG têm mulheres nos órgãos de direcção, de acordo com dados de 2018.
Ao grupo de formandas, a presidente do ICIEG pediu para usarem a experiência, sabedoria e capacidade de liderança para ajudarem aquelas mulheres que, por motivos vários, não conseguem participar activamente na construção da sociedade cabo-verdiana, muitas vezes não por escolha pessoal, referiu, mas por condicionantes sociais, culturais e privados, que as impossibilitam o exercício da cidadania
Durante quatro dias serão administrados temas como autoconhecimento, inteligência emocional, liderança humanizada, cultura do feedback e as questões de género, numa acção que depois de Santiago e São Vicente será disseminada por outras ilhas e concelhos do país.
A Semana com Inforpress