“Depois de ter caído nove posições no ano passado, de 27ª para a 36ª posição, Cabo Verde só foi capaz de subir três posições no ‘ranking’ de 2023, passando de 36ª para a 33ª posição, mantendo praticamente a mesma nota atribuída no ano passado, 75,72 (em 2022 foi 75,37) ”, fundamentou Démis Almeida durante uma conferência de imprensa, no âmbito do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, assinalado a 03 de Maio.
Segundo o dirigente do PAICV, esta subida “quase irrelevante” de Cabo Verde no ‘ranking’ de Liberdade de Imprensa, decorreu, “apenas”, da queda de alguns países, e “não do mérito” de Cabo Verde em consolidar a cultura de liberdade de imprensa.
Referiu que o relatório de 2023 permite concluir que persistem, “até hoje”, os mesmos problemas que atentam contra a Liberdade de Imprensa detectados no relatório de 2022.
“Sem que o Governo tivesse sido capaz de gizar e executar políticas aptas a resolvê-los. As medidas anunciadas pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, para ‘brevemente’ nunca chegaram. O sector público de Comunicação Social continua à espera de uma reestruturação económica e financeira, e de uma verdadeira reforma”, apontou.
“Há uma verdadeira segregação entre os sectores privado e público de comunicação social. O privado disputa um mercado publicitário exíguo, continua sem fontes suficientes de financiamento, e mergulhado na enorme insustentabilidade financeira. Enquanto o Público está excessivamente dependente de subsídios ou tributos públicos, que, no entanto, não são transferidos integralmente, causando-lhe sérios problemas financeiros”, reforçou.
Continuando as suas críticas, Démis Almeida disse que continua a haver uma “ilegítima intromissão” do Governo na Inforpress, cujo administrador único é livremente nomeado, enquanto o conselho independente da RTC é escolhido por entidades não independentes, e a TCV continua a ser dirigida por um director demissionário há vários anos.
“O Governo, que tem andado completamente omisso, pode e deve fazer muito mais pelo sector da Comunicação Social, seus profissionais, empresas de mídia, e pela liberdade de imprensa”, concluiu, denunciando várias outras situações. A Semana com Inforpress