Américo Soares, um dos operadores do ramo, que assume a presidência do conselho directivo da Associação de Restaurantes e bares Crioulos, desde a sua criação há três anos, com o advento da covid-19, reiterou que a união faz a força e lembrou que a associação foi pensada e fundada baseado neste princípio.
“Fizemos de tudo para criar a associação com o intuito de nos unirmos, falarmos uma única voz. Mas infelizmente, as associações em Cabo Verde, onde tenho feito parte e participação ainda em algumas, não têm essa cultura de união de classe”, exprimiu, ilustrando, a título de exemplo, que quando se faz uma convocatória para reuniões, encontros, muito pouca gente aparece.
“As pessoas não aparecem, não aderem ou muito pouca gente é que adere. Temos essa cultura de que quem é presidente é que terá que fazer tudo. Portanto não tem sido fácil. Com toda a sinceridade é mais uma associação. Cada um está a tomar conta da sua vida, do seu negócio… e assim fica difícil fazer as coisas acontecerem”, manifestou.
Segundo Américo Soares, a associação continua activa, fazendo parte do conselho consultivo da Câmara do Turismo de Cabo Verde (CTCV), tendo tido alguma dinâmica dando o seu contributo no desenvolvimento deste destino turístico.
“Portanto tem a voz da restauração dentro da Câmara do Turismo, já que a restauração, logicamente, é um dos pilares do turismo… não há turismo sem restauração. Mas, criamos a associação no sentido de unir a classe, ajudar uns aos outros, fazer importação única, compartilhar a nossa contabilidade (…)”, exteriorizou.
Neste particular, deu exemplo dos chineses, que conforme conta, juntam-se para trazer um contentor, lamentando o facto de os cabo-verdianos não fazerem o mesmo, sendo “cada um por si e Deus por todos”.
“Eu faço o meu esforço para trazer um contentor. Outros preferem comprar no mercado local ou nacional. Infelizmente, não estamos preparados para esse tipo de união no negócio. O cabo-verdiano não está formatado para a união”, reiterou em tom de lamento.
Atendendo que o objectivo da associação é defender os interesses dos restaurantes e bares no Sal, Américo Soares concluiu reiterando o apelo no sentido da união da classe, para que as coisas possam acontecer.
Diz que a associação projecta, por exemplo, o estabelecimento de uma empresa distribuidora para fornecimento de produtos, dos mais diversificados.
“Para isso temos de unir, ter algum dinheiro, mas podemos ir para o banco se for preciso. Os operadores do ramo dão por bem, dizem sim, sim, sim… mas a gente não se une para sair da intenção e levar as coisas à prática”, finalizou o empresário.
A Semana com Inforpress