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Ilha do Sal: UCID critica situação de cada vez “maior precariedade” em que vivem trabalhadores do sector hoteleiro 25 Abril 2023

O vice-presidente da UCID, Aldirley Gomes, criticou hoje, no Sal, a situação de “cada vez maior” precariedade em que vivem os trabalhadores do sector hoteleiro, enquanto o Governo anuncia “fervorosamente” a retoma do turismo e novos investimentos.

Ilha do Sal: UCID critica situação de cada vez “maior precariedade” em que vivem trabalhadores do sector hoteleiro

O líder local da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) fez essas críticas durante uma conferência de imprensa convocada para abordar a precariedade laboral na ilha, com foco no sector do turismo, no momento em que se aproximam as celebrações do Dia do Trabalhador, assinalado a 01 de Maio.

“Com tanta abundância anunciada, ressalta à vista a situação de cada vez maior precariedade em que vivem os trabalhadores do sector hoteleiro. Contratos e salários precários, sempre em atraso, a não liquidação das contribuições da Previdência Social, alta frequência de assédio moral e sexual”, precisou.

“Retaliações em catadupa sobre os trabalhadores, enquanto registamos, por outro lado, a mais completa omissão das instituições do Governo”, acrescentou, frisando que os trabalhadores são a base que sustenta “todo este sistema de lucros multimilionários”.

Estribado nas afirmações de que o turismo está em alta, a grande procura por Cabo Verde a partir dos mercados “importantes” do norte europeu, os grupos hoteleiros a anunciarem casa cheia, Aldirley Gomes questionou a “precária” situação laboral dos trabalhadores, diante à tão “propalada abundância”.

“Mas então, e os trabalhadores?”, retorquiu, considerando que é “por demais evidente” a possibilidade e a necessidade de um ajuste salarial condigno.

“Com carga horária adequada e um quadro legal capaz de, efectivamente, salvaguardar os direitos, dignidades e garantias constantemente violados neste sector”, defendeu Aldirley Gomes, destacando que a necessidade emergente de emprego tem levado os trabalhadores a sujeitarem-se a cenários profissionais degradantes e claramente fora da moralidade e legalidade”, referiu.

Ao fazer essa leitura, Aldirley Gomes disse compreender que “nunca” o País alcançará o objectivo de uma oferta de serviço de qualidade, se não for garantida dignidade à força de trabalho que é, conforme disse, a “força motriz” da indústria.

“Com as instituições do Governo cada vez mais coniventes com esta inaceitável exploração da força laboral nacional, cabe-nos a nós trabalhadores, neste primeiro de Maio que se aproxima, reflectirmos sobre a dimensão do seu significado e os direitos que nos consagrou mas que se encontram em grande retrocesso”, observou.

“Enquanto os governantes seguem cantando por este País fora, os milhões da galinha dos ovos de ouro, tal riqueza pode e deve dar mais dignidade aos trabalhadores que são quem dão as costas para suportar o peso desta mesa farta”, comentou.

O dirigente político local, concluiu reiterando que os trabalhadores no Sal, concretamente, estão a perder poder de compra face ao aumento generalizado dos preços dos bens de primeira necessidade, alto custo de habitação, aumento dos combustíveis, impostos, aumento dos transportes, a falta de protecção da segurança social, “graves” problemas no sistema de saúde, entre outras situações.

“Devemos assumir um compromisso claro de agir implacavelmente na salvaguarda dos direitos dos trabalhadores, dos cidadãos, que estão vendo agravar diariamente o alto custo de vida na ilha do Sal”, finalizou.
A Semana com Inforpress

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