A temporada de desova de tartarugas iniciou em Junho, e normalmente decorre até meados de Outubro.
Com acampamento montado na praia de Kite Beach, à semelhança dos anos anteriores, os voluntários do Projecto Biodiversidade levam a cabo mais uma campanha de protecção das tartarugas com o mesmo entusiasmo, segundo Artur Lopes.
Animado com o número de ninhos no Sal, registado até este momento, a mesma fonte explicou que esta cifra é igual ao total assinalado no ano passado, pelo que esta nova temporada que se estende até meados de Outubro, se adivinha “muito melhor”, isto é, podendo-se atingir os 20 mil ninhos.
Artur Lopes regista também com agrado a diminuição do número de mortes da espécie, comparativamente ao ano passado, resultado, conforme acredita, das campanhas de sensibilização feitas ao longo do ano em estreita parceria com a Polícia Nacional (PN) e militares no patrulhamento das praias.
“O balanço da nova temporada de desova é francamente positivo. A tartaruga é o nosso património… Cabo Verde não tem muita coisa, então devemos preservar o que temos. No caso das tartarugas, fazer denúncias para evitar a captura deste animal em vias de extinção”, apelou.
Este ano com menos voluntários estrangeiros devido ao aumento do custo das viagens, Artur Lopes destacou, no entanto, o aumento da participação dos estudantes universitários nacionais na campanha de protecção.
Conta, entretanto, que um dos maiores desafios prende-se com a logística em que, por exemplo, na época das chuvas, torna-se “impossível” transportar o pessoal para as praias, sobretudo as distantes do acampamento principal, por falta de meios.
Segundo Artur Lopes, a vida à beira-mar é tranquila, mormente por uma causa nobre que é a de protecção das tartarugas marinhas.
“Logo de manhãzinha fazemos um ‘briefing’ para discutir estratégias e orientações para os pontos de patrulha. Fazemos a projecção das tartarugas que vieram desovar e as que se encontram em perigo. Algumas são colocadas no viveiro, enquanto outras são encaminhadas para a praia”, elucidou.
Com onze anos nestas lides, o “homem das tartarugas” disse ser gratificante cuidar e proteger esse ser em extinção.
“Ajudar na preservação da espécie em extinção é uma sensação gratificante”, comentou, apelando aos caboverdianos a abraçar a causa e a não “massacrar” a espécie, de várias formas, nomeadamente através da poluição luminosa e chacina.
Costa da Fragata, Serra Negra, Algodoeiro, Murdeira, Rotcha Leão, Madama, zona do Feijoal, entre outras, são as principais praias vigiadas.
A Semana com Inforpress