No septuagésimo-sétimo aniversário dessa data que se tornou o símbolo da vitória da paz contra a guerra injusta, é esta conquista da humanidade — da democracia sobre a tirania do fascismo e nazismo — que está ameaçada. Paradoxalmente devido à atuação dum dos principais protagonistas do V-E Day, a Rússia. Mariupol, na fotografia de fundo, está deserta e, segundo o exército britânico, a Rússia estará amanhã, segunda-feira 9, a ocupar de vez a cidade portuária e a sua vasta siderurgia.
A: — Estás a ouvir o que ouvi comentar na SIC, ou seria CMTV, sobre o Dia da Vitória? É o cúmulo do ridículo!
B: — O especialista em assuntos europeus que diz que o desfile está comprometido porque há desfalque de veículos, armamento ... que estão na guerra!
A: — Os ossos do ofício de comentador explicam a enormidade da insana afirmação do sr. Burnay?
B: — É certo que vocês, jornalistas, tendem a pressionar os peritos, na hora de explicar o que tem de ser explicado —
A: — Agora a culpa é do jornalista!
B: — De certo modo, sim. Vê comigo: como é que se pode tornar a matéria fastidiosa das relações internacionais, geoestratégias globais em tema suculento, pronto a ser digerido por uma audiência com pouco tempo, ou pouco conhecimento?
A: — Estou a ver onde queres chegar —
B: — O Henrique Burnay entalado com a pressa de comentar esta atualidade, este domingo a ocidente e amanhã 9 no leste europeu, está pior que o guarda-redes no momento do golo —
A: — Safou-se como pôde, pois em tempo de guerra não se limpa a arma —
B: — Mas não tem de ser assim, concordarás comigo.