O chefe da segurança nacional, o vice-almirante Ali Shamkhani, em discurso proferido durante a cerimónia fúnebre, afirmou que os serviços de inteligência iranianos estavam informados sobre onde ocorreria o atentado — mas que falharam em determinar o "quando" — e que os atiradores "usaram equipamento eletrónico por controlo remoto" para assassinar Fakhrizadeh Mahabadi, brigadeiro-general do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica.
Shamkhani disse estar certo de que os perpetradores do assassínio foram o MKO-Mojahedin-e Khalq, "grupo de opositores iranianos no exílio, e "o regime Zionista e a Mossad", em referência a Israel e à sua agência central de espionagem.
No entanto, nessa cerimónia no sábado, 28, realizada no santuário dedicado ao aiatola Khomeini, e em que participaram o ministro da Informação para a Segurança, Mahmoud Alavi, o comandante das Guardas Revolucionárias, general Hossein Salami, e o chefe do programa nuclear, Ali Akbar Salehia, o general Shamkhani não avançou com mais explicações.
As primeiras declarações do ministro da Defesa, na véspera, indicavam que Fakhrizadeh — que Israel tinha recentemente acusado de estar envolvido "no desenvolvimento secreto de uma arma nuclear" — foi abatido com tiros disparados por "vários atiradores que alvejaram o seu carro" na estrada para Teerão (foto). Morreram também quatro dos guarda-costas que tinham sido recentemente indicados para acompanhar o cientista nuclear.
PR iraniano acusa os que querem "impedir ação de Biden em prol da paz"
"Os inimigos do Irão", entenda-se a administração Trump, Israel e Arábia Saudita, estão a viver em extrema ansiedade", disse o presidente Rouhani em referência ao resultado da eleição presidencial americana.
"Eles já perceberam que a situação geoestratégica mudou e tentam, no tempo que ainda têm, criar condições para desestabilizar o Médio Oriente", acrescentou Rouhani.
Biden pelo acordo sobre o programa nuclear iraniano
A campanha eleitoral do democrata Biden deixou claro que irá repor o programa negociado em 2015 durante o mandato de Obama e que Trump rompeu em 2018.
Segundo a BBC, quer o Estado de Israel quer a Arábia Saudita estão "preocupados com a mudança anunciada na política para o Médio Oriente e as consequências que terá para ambos os países" assim que Joe Biden assuma a presidência.
Fontes: BBC/Washington Post/NY Times/.Fotos Reuters.