"O Japão, como única nação que sofreu bombardeios atómicos na guerra, prosseguirá com os esforços em prol do mundo livre de armas nucleares", afirmou o primeiro-ministro japonês.
"O caminho para alcançar esta meta torna-se cada vez mais difícil pelas profundas divisões na comunidade internacional sobre o desarmamento nuclear e devido à ameaça nuclear da Rússia", lamentou.
"Diante desta situação, é ainda mais importante recuperar o impulso internacional para alcançar um mundo livre de armas nucleares", acrescentou Kishida.
A denúncia do primeiro-ministro japonês que aponta o provável uso de armas nucleares por parte da Rússia não é de hoje. Na sua missão contra a proliferação de armas nucleares, Fumio Kishida tinha-o já indicado no seu primeiro discurso na conferência ONU contra as armas nucleares em agosto do ano passado, em Nova Iorque.
O protesto anti-nuclear há um ano tornara-se ainda mais urgente no atual contexto em que a Rússia, que invadiu a Ucrânia, não escondeu a intenção de vir a fazer uso do seu arsenal nuclear.
A cerimónia do aniversário de Hiroxima arrancou como sempre às oito horas e um quarto (menos 11 H em Cabo Verde). A mesma hora em que, em seis de agosto de 1945, caía a primeira bomba atómica sobre a cidade japonesa.
Hiroxima, a maior destruição em massa no país do sol nascente
O Japão, potência asiática, entrara na Segunda Guerra Mundial com um ataque, em 7 de Fevereiro de 1941, aos americanos, que quatro anos depois poriam fim à guerra com os bombardeamentos de Hiroxima, dia 6, e Nagasáqui, dia 9, em agosto de 1945.
Segundo a atualização feita pela autoridade municipal, em março corrente, um total de trezentas e vinte e quatro mil e cento e vinte e nove pessoas — e não apenas as cento e quarenta mil da contagem anterior — morreram em Hiroxima, setenta mil em Nagasáqui.
"Deixo aqui o apelo, nesta cidade de Hiroxima, onde estamos a orar pela paz, para o nosso país tudo fazer para a realização dum mundo sem armas nucleares e paz duradoura", repetem os chefes do governo central e de Hiroxima todos os seis de agosto.
Fontes: Kyodo News/Japan Times/The Associated Press. Fotos: Projeto que leva sobreviventes às escolas para falar da paz. A Cúpula da Bomba Atómica —agora Memorial da Paz — foi a única edificação que ficou de pé na área onde a bomba atómica explodiu na manhã de 6 de agosto de 1945.