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Jornalista indígena brasileira vence prémio norte-americano dos direitos humanos 03 Fevereiro 2023

A jornalista indígena brasileira Elaize de Souza Farias foi um dos dez vencedores da edição deste ano do Prémio Global de Defensores dos Direitos Humanos, atribuído pelo Departamento de Estado norte-americano, foi anunciado.

Jornalista indígena brasileira vence prémio norte-americano dos direitos humanos

O departamento sublinhou que Farias tem escrito sobre “meio ambiente, agricultura, povos indígenas, etnia, raça, género e luta contra a violência na Amazónia, ligando esses temas às questões mais amplas de pertença e identidade”, de acordo com um comunicado.

A jornalista, que vive em Manaus, capital do estado do Amazonas, no noroeste do Brasil, fundou em 2013 a Amazónia Real, “a primeira agência de jornalismo investigativo sem fins lucrativos com sede na Amazónia”, referiu-se na nota.

O prémio atribuído a Elaize de Souza Farias foi anunciado na quarta-feira, dia em que a força aérea brasileira lançou uma grande operação contra os mineiros ilegais de ouro no território dos indígenas Yanomami, no estado amazónico de Roraima.

Cerca de 21 mil Yanomami, de uma população de 27 mil, foram infetados com malária, muitos sofrem de envenenamento por metais pesados utilizados pelos mineiros ilegais, e um grande número sofre de subnutrição.

Na segunda-feira, o Supremo Tribunal Federal brasileiro ordenou que o Ministério Público investigasse a possível responsabilidade do Governo de Jair Bolsonaro (2019-2022) pela situação dos Yanomami, sob suspeita de um crime de genocídio.

A exploração mineira ilegal expandiu-se rapidamente nos últimos anos na região, encorajada por Bolsonaro, que defendeu a liberalização das atividades em terras indígenas, o que é proibido pela Constituição do Brasil.

Outro dos vencedores foi o advogado de direitos humanos chinês Ding Jiaxi, um dos fundadores do Novo Cidadão, um movimento civil que pedia o respeito pela Constituição chinesa e que os líderes tornem públicos os seus bens, para lutar contra a corrupção.

O Departamento de Estado norte-americano lembrou que o Novo Cidadão apoiava candidatos independentes a concorrer a eleições locais, pedia o direito à propriedade para os chineses e o acesso às escolas públicas para crianças de pais migrantes.

“Segundo relatos, Ding está em prisão preventiva devido ao ativismo, sujeito a tratamento desumano e brutal desde 2019, e terá sido julgado em segredo em 2022 sem qualquer veredito ter sido anunciado”, de acordo com o comunicado.

A lista inclui ainda a advogada de direitos humanos iraniana Nasrin Sotoudeh, condenada em 2019 a 38 anos de prisão por defender mulheres acusadas de crimes por não usarem ‘hijab’, o véu islâmico.

Desde 16 de setembro que o Irão tem vivido manifestações devido à morte da jovem curda iraniana Mahsa Amini, depois de ser violentamente espancada e detida numa rua de Teerão pela chamada polícia da moralidade por, apesar de envergar o ‘hijab’, este deixar entrever parte do cabelo.

A Semana com Lusa

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