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Juventude da oposição cabo-verdiana pede medidas para reter quadros no país 09 Agosto 2023

A Juventude do PAICV (JPAI), maior partido da oposição cabo-verdiana, mostrou-se hoje preocupada com a saída de jovens do país e pediu políticas públicas ao Governo para reter os quadros.

Juventude da oposição cabo-verdiana pede medidas para reter quadros no país

"É nítido e nós lamentamos que o senhor primeiro-ministro é o único que não dê conta que os jovens quadros perderam a confiança neste país. Temos atualmente uma desesperança e está a olhos vistos, a nu, não é preciso ser especialista ver que os jovens cabo-verdianos não querem, não veem esperança no país", criticou Fidel Cardoso de Pina.

O presidente da JPAI, que falava na Praia, após uma audiência com o Presidente da República, José Maria Neves, mostrou-se preocupado com a situação do país e disse que uma das alternativas para os jovens é saírem à procura de melhores condições, nomeadamente para o emprego e oportunidades económicas.

"Vejam quantos médicos especialistas estão a abandonar o país, quantos professores, polícias, administração pública, quantos quadros da aviação civil. É uma situação gravíssima", insistiu, pedindo medidas ao Governo para retenção dos quadros.

"É claro que vão dizer que sempre Cabo Verde foi um país de emigração e é verdade. Mas jamais se viu o que nós estamos a ver neste momento, porque não há alternativa no país, não há emprego, não há motivação", acrescentou.

Em 28 de julho, o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, reconheceu que há jovens a saírem do país à procura de melhores oportunidades, mas recusou a ideia de uma emigração massiva e pediu estudos sobre o fenómeno.

Numa intervenção sobre o estado da Nação, no parlamento, o chefe do Governo começou por dizer que há uma diferença entre a constatação de um fenómeno e a sua amplificação e dramatização e quem faz a afirmação categórica de que há uma emigração em massa de jovens, saída massiva de quadros e jovens bem formados, deve estar em condições de apresentar os números.

Quantos são? Disponibilizem a esta assembleia, neste debate, o número de vistos de trabalho concedidos a jovens quadros, licenciados, doutorados ou com certificados de formação profissional. E não misturem os dados com os vistos de turismo e de estudantes”, pediu.

Conforme dados da embaixada de Portugal em Cabo Verde, os cabo-verdianos já pediram mais de 16 mil vistos para a Europa este ano e foram concedidos quase 13 mil, dos quais quase sete mil para Portugal e pouco mais de três mil de trabalho.

Do total de vistos solicitados na sessão consular portuguesa na Praia, 3.297 foram de trabalho, sendo que destes 3.150 foram concedidos e há 62 por emitir, ainda de acordo com os mesmos dados da embaixada de Portugal.

O presidente da JPAI, que foi recebido pelo chefe de Estado também como vice-presidente da União Internacional da Juventude Socialista, (IUSY) constatou ainda que uma outra questão que espera ser resolvida tem a ver com a quantidade de jovens que estão a cumprir penas das cadeias regionais de centrais.

"Se nós analisarmos os dados, temos cerca de 60 a 70% de jovens a ocuparem a população carcerária, o que é gravíssimo com superlotação em quase todas as cadeias do país. Nós temos uma situação grave que é perda dos jovens para fora do país e a perda de jovens para o sistema prisional", afirmou. A Semana com Lusa

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