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Kate Beach School abre as portas de Santa Maria ao mundo para a prática dos desportos náuticos 29 Mar�o 2023

A Kate Beach Scholl, um projecto idealizado e enraizado pelos kitesurfistas cabo-verdianos Mítú Monteiro e Djó Silva, numa das praias de Santa Maria, aposta firme na formação de surfistas nacionais e estrangeiros, e criado vários postos de trabalho.

Kate Beach School abre as portas de Santa Maria ao mundo para a prática dos desportos náuticos

A Kate Beach School tem sido “bastante procurada”, na sua grande parte por turistas estrangeiros para a prática dos desportos náuticos como surf, kitesurf e wing-foil, de entre outras especialidades, para além de cabo-verdianos, tendo contribuído para a criação de vários postos de trabalhos ligados ainda aos serviços nas áreas de restauração, bares, transporte de entre outros serviços.

“Sempre fiz a minha carreira de kitesurf profissional e ao mesmo tempo optei pela criação de uma escola, porque a carreira de um desportista é muito curta e nos obriga a ter outras soluções. Aproveito das competições para, igualmente, competir e promover porque quanto mais pessoas vieram para Santa Maria, ganhámos melhor e a minha actividade funciona bem”, declarou Mitú Monteiro.

Com esta academia, explicitou, almeja partilhar toda a sua experiência, sobretudo junto das crianças em Cabo Verde, afirmando que tem já traçado um projecto para expandir o kite “por todos os cantos” de Cabo Verde, assim como tem feito nas ilhas do Sal e Boa Vista, por entender que pode ser uma oportunidade para todas os meninos se tornarem homens de amanhã.

Campeão mundial de kitesurf e referenciado pela imprensa especializada como lendário da modalidade, dada sua forma como dominou por vários anos a competição, criando inclusive a sua própria técnica e modalidade, Mitú Monteiro disse que doravante a sua “grande responsabilidade” é cuidar da família e dos negócios, o que não lhe permite estar sistematicamente a competir ao mais alto nível.

“Dantes a minha vida era totalmente dedicada à competição, treinava durante o dia e de vez em quando fazia uns ‘scouting’ para poder ganhar alguns troquinhos mais. Agora, com a família, já não consigo viver só da competição. Se contrariar uma lesão não tenho alguém para cuidar da família”, referiu Monteiro, que conquistou o seu primeiro título mundial em 2008.

Em vias de completar 40 anos de idade, Mitú Monteiro, que curiosamente disputou, de forma renhida, este mês a I Etapa do Circuito Mundial de Kitesurf’2023, na praia de Ponta Preta, conquistado por Matchú Lopes, num pódio totalmente cabo-verdiano (Airton Cozzolino foi terceiro), revelou à Inforpress que doravante já não compete para títulos mundiais.

Nesta linha, explicou que se sentiu praticamente obrigado a disputar o Mundial em casa, alegando que se sente comprometido com a população, família e que o pódio alcançado na presença do filho Michael Monteiro, foi a concretização de “mais um sonho realizado”, e que apesar de menos tempo de treinamento, ficou supercontente com a sua prestação.

Este especialista asseverou que vinha de uma lesão numa das pernas e que na véspera da competição entrou na água para testar o seu físico, tendo contactado que não estava a 100 por cento, mas que decidiu competir e que ao somar uma das melhores pontuações de todo o evento, motivou-se e que ganhou forças para a final.

Reconhecido como um dos surfistas mais completos e experientes do mundo, e aquele que originalmente trouxe o estilo livre sem alças à tona, e que esteve na origem de muitos das novas técnicas com que actualmente os pilotos fazem no GKA Kitesurf World Tour, Mitú Monteiro sente-se recompensado pelo reconhecimento internacional.

“Hoje estamos a disputar uma disciplina criada por mim, em Cabo Verde, curiosamente devido a falta de condições, das minhas limitações na altura. Utilizei uma prancha de surf para fazer kite e agora tornou-se numa modalidade. Fazer parte da história é sempre um prazer. Quando me apelidam de lenda de kitesurf, sinto-me feliz, orgulhoso não só por mim, mas também pelo meu país”.

Criador do movimento do kitesurf sem alças, Mitú Monteiro influenciou muitos dos melhores pilotos da turnê em Cabo Verde, onde alcançou o verdadeiro status de lenda local na sua ilha natal, Sal.

A Semana com Inforpress

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