Em conferência de imprensa para reagir às acusações do coordenador local do MpD, Filipe Santos, segundo as quais as câmaras municipais de São Filipe e dos Mosteiros adulteraram o Eixo I do Programa de Requalificação, Reabilitação e Acessibilidades (PRRA), Luís Nunes disse tratar-se de “inverdades” e uma “prática corrente” deste responsável partidário.
O presidente da Comissão Política Regional (CPR) do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) no Fogo justificou o seu posicionamento indicando que o deputado Filipe Santos, eleito pela ilha do Fogo, e o seu partido não querem o desenvolvimento da ilha.
“Nunca este parlamentar defendeu os compromissos do MpD para com a ilha, desde 2016, e que não foram cumpridos, como a conclusão do anel rodoviário ou um aeroporto de médio”, exemplificou o líder partidário.
Este parlamentar, acrescentou, não defende os interesses da ilha, preferindo antes defender o Governo e o seu partido, sublinhando que Filipe Santos “não gosta da ilha do Fogo”.
Sobre as acusações, reafirmou que o projeto de habitação de interesse social das câmaras de São Filipe e dos Mosteiros, denominado “Nha Kaza” (minha casa) e “Nha Kaza Nha Grandeza” (minha casa meu orgulho) “não é financiado pelo PRRA”.
Segundo disse, estes dois projetos são políticos sociais materializadas pelas câmaras para cumprir a Constituição da República, em matéria de direitos sociais de uma habitação condigna, com recursos municipais e mobilizados junto dos parceiros.
Por outro lado, negou que as duas autarquias tenham recebido 40 mil contos do PRRA para habitação social, apelando ao coordenador do MpD a certificar para onde o montante foi enviado, ironizando que talvez “foi para liquidar a antecipação das receitas do PRRA junto a um banco da praça, que a anterior câmara afeta ao MpD tomou em 2020, ano das eleições, para distribuir a torto e a direito cimento e verguinhas como projeto de habitação social”.
Igualmente disse que é falsa que as duas autarquias tenham assinado, este ano, contratos programa para habitação social em 40 mil contos, desafiando o coordenador local do MpD a apresentar comprovativos de contratos-programa assinados e de transferência feitas para os municípios de São Filipe e Mosteiros.
Sublinhou que Filipe Santos, na qualidade de deputado nacional, devia apelar ao Governo para transferir para os Mosteiros “montantes em dívida superiores a 30 mil contos” dos Fundos do Turismo e do Ambiente.
Por outro lado, disse que a câmara de São Filipe fez uma proposta, em 2021, a Imobiliária Fundiária e Habitat (IFH) e ao Governo para, à semelhança das outras câmaras do MpD, transferir as casas do Programa Casa para Todos, para o município as concluir, mas não aceitaram contrariamente aquilo que o coordenador pretendeu passar.
Observou que propuseram vender as casas de Fonte Aleixo/Cobom e Xaguate, respectivamente, ao município de São Filipe por 50 e 70 mil contos.
O presidente da CPR do PAICV afirma entender aquilo que classificou de “desespero do MpD”, que sendo “contra o desenvolvimento do Fogo”, ataca todos que fazem algo para desenvolver a ilha.
Para Luís Nunes, o coordenador do MpD, Filipe Santos, ainda que de forma implícita, reconhece “o bom trabalho” que vem sendo feito nos municípios de São Filipe e Mosteiros, pela “dinâmica imprimida e execução de obras estruturantes”, procurando “transferir os louros para o Governo”.
“A política é nobre e deve ser feita com capacidade e honestidade, recursos que faltam a Filipe Santos que vem sendo muito desonesto nas suas infelizes intervenções, preferindo faltar à verdade e ser contra o Fogo apenas para defender a sua dama”, concluiu Luís Nunes.
A Semana com Inforpress