Em entrevista ao Asemanaonline, o presidente do Sindicato de Metalomecânica, Transportes, Turismo e Telecomunicações revela que são inúmeras as situações em São Vicente que vêm se arrastando ao longo dos anos, mas que ainda a maioria está pendente, e que, no entanto, se usa a pandemia como a justificação dessas reivindicações, em alguns setores.
“A pandemia foi uma justificação, e se alguém está a usá-la, está a empregá-la como desculpa em determinados setores, e é óbvio que no setor de hotelaria e turismo são situações inevitáveis”, enfatiza o presidente.
Conforme aponta, em alguns setores há uma “falta de vontade política ou má vontade de algumas administrações em negociar a solução dos problemas com os sindicatos”, logo haverá sempre “reivindicações e descontentamentos”.
A nível do setor marítimo, Tomás Aquino destaca que há um processo que está a decorrer neste momento, mas que ainda não foi concluído. “Temos uma publicação para se chegar a um entendimento com o Ministério de Economia Marítima sobre a redução de idade de reforma da classe, de 65 para 60 anos, mas ainda se está a aguardar pela publicação”, explica.
A alta taxa de desemprego no setor de turismo e hotelaria, que aumentou muito nesta pandemia, tem causado enormes constrangimentos. “Temos restaurantes, bares que fecharam e tiveram que despedir trabalhadores o que tem sido difícil conseguir indemnização nos casos de despedimento, há outros que fizeram suspensão de contrato por dificuldades financeiras”, acrescenta este responsável, que diz ainda que são trabalhadores que passam por graves dificuldades e outros que entraram para “lay-off”.
No setor de transportes, diz que há os processos de CV Handling, que se vêm arrastando há muito tempo, que tem a ver com integração do pessoal no plano de carreira. “Foi chegado a alguns entendimentos com a administração de CV Handling, logo de seguida assinado um acordo referente a implementação da nova grelha salarial. O próprio acordo que a empresa assinou não está a ser cumprido”, frisa Tomás.
Já na área portuária, o sindicalista diz que, neste momento, está a decorrer uma discussão de um regime jurídico de trabalho portuário, mas que ainda está em fase de socialização para depois ser aprovado.
No tocante ao setor de transportes públicos em Mindelo, Tomás informa que a Transcor está com algumas dificuldades, sobretudo durante esta pandemia e que “gostávamos de discutir com eles, no caso concreto, o plano de carreiras ou um acordo coletivo de trabalho, mas que, no entanto, têm recusado a discussão desse dossiê, de modo que é uma outra questão que está pendente”.
Mas as preocupações do dirigente da União dos Sindicatos de São Vicente não ficam por aí. Segundo ele, há muitos problemas que decorreram com está pandemia e que levou muita gente a situações muito difíceis, sobretudo nos setores de transportes e turismo. “Há situações que nada têm a ver com esta doença, como são os caos da redução da idade de reforma dos marítimos, do desleixo de CV Handling na implementação do acordo assinado”, entre outros.
Tomás Aquino, que preside SIMETEC, conclui que a intervenção sindical é no sentido de se chegar a parceria em defesa do interesse do trabalhador, mas também trabalhando com o governo e as administrações das empresas na procura das melhores soluções para os problemas dos trabalhadores.
AC/Redação