Segundo a investigadora e coordenadora da obra, Larissa Rodrigues, que falava aos jornalistas minutos antes da apresentação pública na Câmara Municipal da Praia, este livro de 366 páginas “resgata e devolve” as pesquisas feitas pelo escritor maiense “às gerações presentes e futuras”, acrescentando que contém documentos e anexos que fazem um forte apelo à comemoração dos cem anos da sua morte.
Conforme defendeu, é preciso “respeitar, admirar e recordar” as obras deixadas por Luís Loff de Vasconcelos, sublinhando que os problemas dos tempos antigos, retratados na obra, não foram exterminados e, por isso, a população deve lutar para o desenvolvimento e progresso de Cabo Verde.
“O primeiro volume opúsculo, essa recolha dos opúsculos tem vários temas como meteorologia, economia, questões da fome, reivindicações perante Portugal, é um trabalho interessante ligado às defesas dos rebeldes da Guiné. Ele conseguiu ganhar a causa ao Estado português em 1916 defendendo a liga guineense, os rebeldes”, explicou, completando que abriu o primeiro escritório em 1912 na Praça Alexandre Albuquerque.
Larissa Rodrigues explicou que a escolha da Câmara Municipal da Praia para a apresentação da obra advém do facto de o pai do escritor, Pedro Sabino Lucas de Vasconcelos, ter exercido, durante o século 19, o cargo de presidente da autarquia.
Para a apresentadora da obra, Vera Duarte, o País apresenta “uma plêiade de tribunos” que estão no esquecimento, mas que, no entanto, ajudaram a construir a identidade da nação cabo-verdiana.
Vera Duarte avançou ainda que se trata de um livro com peças “extremamente interessantes” de advocacia, numa escrita “firme e irónica”.
“Alguns já foram trazidos, mas muitos estão no esquecimento então acho muito positivo da equipa que procuraram trazer, ao conhecimento público, todas essas pérolas do passado, o tesouro destes 500 anos das nossas ilhas, e procurando demonstrar como homens e mulheres deram o corpo à nação que hoje somos” recordou, frisando que é um “privilégio” ler as palavras escritas por Luís Loff de Vasconcelos. A Semana com Inforpress