De acordo com o documento, a Impar, segunda seguradora do país (quota de mercado de 36,7%), fechou o exercício com um resultado líquido de 739,3 milhões de escudos (7,2 milhões de euros). Já em 2021 a seguradora tinha registado lucros de 539 milhões de escudos (4,93 milhões de euros), mais 45,6% face ao ano anterior.
No relatório e contas, a administração reconhece que o resultado de 2022 foi “impactado pelo reconhecimento de ganhos em subsidiárias, contabilizadas pelo método de equivalência patrimonial, pela valorização dos imóveis de rendimento e pela reversão de provisões por contingências em investimentos”.
“De registar a consistência dos resultados ao longo do tempo, em todas as vertentes analisadas, que é fruto de uma preocupação constante da Impar na melhoria da qualidade do serviço aos clientes. O investimento humano em formação, em informação e em tecnologia tem sido muito significativo e tem sido decisivo para a obtenção destes resultados”, destaca ainda.
A companhia assume que em 2022 “manteve o foco em medidas delineadas para a consolidação dos níveis de desempenho com vista ao desenvolvimento sustentável”, tendo “estabelecido o crescimento dos prémios em segmentos de maior rendibilidade, a promoção da redução da taxa de sinistralidade e melhoria dos rendimentos financeiros”.
No que tange à produção, a Impar registou um crescimento de 15,8%, tendo atingido um volume de prémios de 1.265 milhões de escudos (11,4 milhões de euros), enquanto a rubrica de custos com sinistros aumentou 46,7%, para 479,8 milhões de escudos (4,3 milhões de euros).
“Este acréscimo teve notoriedade no ramo Incêndio, fruto das chuvadas de setembro. No ramo Automóvel nota-se o efeito da passagem da pandemia no sentido de maior procura na compra de automóveis e consequente aumento de circulação”, explica o relatório.
A estrutura acionista da Impar integra a Sociedade Comercial Vasconcelos Lopes (20%), ING - Investimentos e Gestão (20%), Labesfal Farma (20%) e OLIGEST - Investimentos (10,62%), entre outros.
A Impar detém uma quota de 86,76% do capital social do Banco Caboverdiano de Negócios, avaliada em 2.788 milhões de escudos (25,5 milhões de euros), entre outras participações.
A administração propôs a aplicação de 150 milhões de escudos (1,3 milhões de euros) dos lucros de 2022 em pagamento de dividendos aos acionistas, o valor máximo possível, e o restante, em reservas.
A empresa terminou 2022 com 72 trabalhadores e no relatório e contas refere que o capital próprio da seguradora aumentou 22,5%, para 3.480 milhões de escudos (31,5 milhões de euros).
O mercado cabo-verdiano de seguros conta com duas companhias, Impar e Garantia.
No mesmo relatório, a Impar refere que dados provisórios de dezembro de 2022 indicam que o mercado segurador em Cabo Verde aumentou 505 milhões de escudos (4,5 milhões de euros) em valor, face a 2021, representando um crescimento de 17,2% da produção de Seguro Direto, a qual atingiu os 3.400 milhões de escudos, “significando um maior crescimento face aos 3,1% observados em 2021 face a 2020”.
“Tal recuperação foi em virtude da retoma da atividade económica, tendo o turismo tido um recomeço de atividades, o que contribui para a recuperação do Produto Interno Bruto. O referido crescimento do mercado percentualmente foi igual tanto no ramo Vida como no Não Vida 17%. O Vida cresceu 16,9% passando de 426 milhões de escudos [3,8 milhões de euros] para 498 milhões de escudos [4,5 milhões de euros], e mantém um peso de 14,5% do total do mercado”, refere a seguradora.
Acrescenta que o Ramo Não Vida em Cabo Verde cresceu 17,2% em 2022, atingindo quase 3.000 milhões de escudos [27,2 milhões de euros], aumento explicado pelo ramo dos Transportes, Automóvel e Viagens.
“Podemos assim afirmar que o setor segurador nacional manteve a sua posição de solidez, credibilidade e resiliência, conseguindo assegurar de forma eficaz a proteção dos consumidores e da sociedade em geral”, sublinha a Impar.
A Semana com Lusa