Edson Alves fez esta considerações em declarações à Inforpress, salientando que recentemente foram inauguradas as obras de modernização e ampliação do porto do Maio, algo que disse também congratular-se, mas que na ocasião, foram feitos vários discursos, que na verdade, passado poucos dias já se revela ser insuficiente.
“Isto está a demonstrar que somente requalificar o porto não vai dinamizar a economia local, se continuarmos a ter falta de navios e dificuldades de mobilidade, a situação vai piorar. Exemplo disso são as pessoas que se encontram retidas na ilha e sem previsão para saírem, por isso quero manifestar a minha solidariedade para todos eles”, enfatizou.
“Enquanto uns estão a correr risco até de perderem os seus empregos, outros estão com filhos que precisam regressar ao estrangeiro, porque as aulas iniciam já na próxima segunda-feira”, enfatizou, fazendo uma retrospectiva no tempo, lembrando que durante a pandemia quiseram fazer da ilha um ‘hub’ marítimo, algo que defendeu ser necessário neste momento.
Segundo o deputado do PAICV, é visível o desespero dos passageiros, que nem sequer são lhes dadas as informações e garantias de que possam viajar antes da próxima sexta-feira, aliás frisou que, logo após as festas do município, as pessoas começaram a receber informações de que os horários das suas viagens foram alterados e que o mesmo viria a ser feito por um outro navio.
O deputado realçou ainda que durante o seu discurso no acto de inauguração das obras, o primeiro-ministro pediu a confiança do povo maiense e de Cabo verde, prometendo uma nova era para a ilha, mas este tipo acontecimento, “deixa as pessoas descrentes de que a situação já foi resolvida”, o que “leva a uma certa incoerência”, conforme argumentou.
“O nosso grande problema é o transporte e sem este não pode haver mobilidade. Neste momento não temos um horário certo e nem sequer previsibilidade assim como fora prometido, além do mais não existe respeito pelas pessoas que adquirem os seus bilhetes de viagem”, precisou.
Por isso, Edson Alves pediu que sejam sacadas as responsabilidades e que os passageiros sejam dados toda atenção, dizendo que isso pode colocar em risco todo o discurso feito em prol do desenvolvimento e até pode inibir as pessoas das outras ilhas e mesmos os turistas, bem como os emigrantes de voltarem à ilha por falta de confiança na empresa o que pode até comprometer o tão almejado desenvolvimento da ilha.
Edson Alves manifestou também o seu desagrado em relação a algumas obras que foram realizadas na ilha, uma vez que foram inauguradas antes dos trabalhos serem concluídos, tendo apontado como exemplo o porto e a estrada de acesso, que mesmo após serem inaugurados, os trabalhos ainda continuam a ser feitos.
“A explicação dada é que a ligação não foi feita por causa de condições climatéricas, mas tanto ontem como hoje estamos com um tempo razoável, mas a requalificação e a construção do quebra-mar foram feitos exactamente para isso”, justificou, acrescentando caso contrário não se justifica tanto investimento realizado no porto. A Semana com Inforpress