«Cheguei e vi meninas de 14, 13, 12 anos que já eram mães, umas já tinham mesmo dois bebés. Crianças que são mães! Fiquei tão zangada que na primeira reunião [com os chefes da sua superintendência] disse: "Isto tem de acabar! Estas crianças têm de voltar para a escola"».
Só nos últimos 3 anos, Theresa já ajudou mais de 1.500 mulheres, casadas antes dos 18 anos, a anular os seus casamentos forçados e a construir os seus projetos de vida.
"Muitas voltaram a estudar e, assim abrem portas para um futuro melhor".
A República do Malauí tem um dos piores indicadores relativos ao casamento precoce: mais de metade das mulheres casa antes dos 18 anos. Segue-se que no IDH o país está no fim da tabela.
Estima-se que 115 milhões de pessoas em todo o mundo casaram-se quando crianças, mostra um estudo das Nações Unidas na sua primeira análise sobre noivos-crianças. Destes, 23 milhões (20%) casaram-se antes mesmo dos 15 anos.
Segundo o Unicef-Fundo das Nações Unidas para a Infância, a prática condenada à luz dos direitos humanos continua em todo o mundo. Um em cada cinco casamentos — incluidas também as uniões informais — realiza-se entre uma menor e um adulto ou também menor.
Mas há esperança de vir a erradicar a prática, já que há uma década as estatísticas eram de um em cada quatro casamentos, prognostica o Unicef.
Fontes: La Vanguardia/ unicef.org/. Relacionado: EUA: Casamentos infantis em 46 Estados violam direitos humanos — Califórnia sem idade mínima, 24.nov.020. Foto: A chefe tribal Theresa Kachindamoto na sua luta contra o casamento infantil em nome do desenvolvimento e direitos humanos no Malauí.