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Manifestação na Praia: Sindicalista anuncia nova manifestação no dia 5 de julho e pede que pessoas resgatem o verdadeiro sentido de 1 de maio 01 Maio 2023

Neste Dia Internacional dos Trabalhadores, os praienses saíram às ruas para manifestarem por melhores condições laborais em Cabo Verde e resgate do verdadeiro sentido de 1 de maio.No seu discurso de encerramento, o coordenador da Plataforma Sindical- Unir e Resgatar a UNTC-CS, Eliseu Tavares, reconheceu a fraca participação dos residentes, mas convocou a população para uma nova manifestação no dia 5 de julho, Dia da Independência de Cabo Verde e da Liberdade. Tudo com o objetivo de continuarem a luta por mais liberdade, mais democracia e mais direitos.

Manifestação na Praia: Sindicalista anuncia nova manifestação no dia 5 de julho e pede que pessoas resgatem o verdadeiro sentido de 1 de maio

Manifestação na Praia com pouca adesão: Sindicalista anuncia nova manifestação no dia 5 de julho e pede que pessoas resgatem o verdadeiro sentido de 1 de maio

Neste Dia Internacional dos Trabalhadores, 1 de maio, os praienses saíram às ruas para manifestarem por melhores condições laborais em Cabo Verde. No seu discurso de encerramento, o coordenador da Plataforma Sindical- Unir e Resgatar a UNTC-CS, Eliseu Tavares, convoca a população para uma nova manifestação no dia 5 de julho, Dia da Independência de Cabo Verde e da Liberdade. Tudo com o objetivo de continuarem a lutar para mais liberdade, mais democracia e mais direitos.

Conforme apurou a equipa de reportagem do Asemanaonline, a concentração de pessoas começou pelas 8:30H, contudo a manifestação só veio arrancar às 09h50 e terminou às 10h50. Ocorreu pacificamente no percurso Centro Social 1º de Maio (Fazenda) Sede CV Móvel e Rotunda homem de pedra (Várzea). Empunhados de dísticos e cartazes, durante a manifestação os trabalhadores protestaram contra o aumento de preço de bens de primeira necessidade, a não reposição ao INPS de fundos utilizados durante a pandemia de Covid-19 através do regime de lay-off e revindicaram a diminuição dos impostos, IVA zero nos bens de primeira necessidade (alimentação, água e energia) e trabalho digno.

Em declarações ao ASemanaonline, Eliseu Tavares, Presidente do Sindicato da Indústria, Serviço, Comércio, Agricultura e Pesca (SISCAP) e coordenador da Plataforma Sindical - Unir e Resgar a UNTC-CS, sublinhou que 1 de maio é um dia de festa, mas antes de mais um dia de reflexão, de luta e um dia de homenagear às pessoas que pagaram com o seu sangue e suas vidas para que hoje tivéssemos um mundo laboral mais digno e com mais prosperidade.

Conforme este sindicalista, infelizmente ainda hoje, 1 de maio de 2023, as razões para lutar são de sobras. E que, segundo destaca, em Cabo Verde não há nenhum trabalhador que não tenha motivos para lutar neste momento.

Sobre a fraca participação dos praienses na manifestação, Eliseu diz que estava à espera de mais pessoas, mas deixa um apelo às pessoas para que resgatem o verdadeiro sentido e valor de 1 de maio.

O coordenador da Plataforma Sindical referida mostra-se preocupado com o anúncio do Governo, que pretende mexer no Código Laboral. Por isso, chama atenção dos trabalhadores para que estejam de alerta, porque mexer no Código Laboral é retirar os poucos direitos que os trabalhadores conseguiram ao longo destes anos.

Participantes firmes em continuar a luta

A reportagem deste jornal conversou também com alguns manifestantes, caso de Liandra Tavares, professora com 19 anos de serviço. Contou-nos que um dos motivos que a fez sair às ruas da Capital para manifestar é que há 7 anos que a sua classe não tem beneficiado de um aumento salarial. A mesma desabafa que não teve nenhuma promoção na carreira, e além disso diz constatar que todos os dias o poder de compra tem estado a diminuir, agravando as condições de vida das famílias.

Liandra aponta que a fraca adesão na manifestação se deve sobretudo ao feriado e à festa de São Filipe - as pessoas queiram aproveitar, ficando em casa.

Corroborando a mesma opinião, José Ferreira fundamenta a fraca participação dos cidadãos na manifestação de hoje porque os praienses privilegiam mais as festas. Afirma, no entanto, que os poucos manifestantes que estiveram presentes representam a todos os cabo-verdianos. E acrescenta ainda que o Governo devia olhar para os cidadãos, fazer os devidos reajustes salariais e respeitar os direitos dos trabalhadores.

Pela manifestação encontramos também Maria Oliveira, uma cidadã muita assídua nas manifestações como ela mesma diz. “Participei e sempre participo nas manifestações, mas hoje, particularmente, queria mostrar a desigualdade trabalhista no país. Isto além exigir maior comparticipação do Governo nas questões sociais e individuais e também exigir do INPS maior comparticipação nos tratamentos, tanto de clínica geral como também de clínica de especialização”, exorta Oliveira.
Esta manifestante mostra-se indignada com a atitude dos policiais que barraram a passagem em frente ao Palácio do Governo. Para ela, isso demonstra a fragilidade da democracia cabo-verdiana, mas garante que a luta continuará.

Polícia barra manifestantes frente ao Palácio do Governo

Conforme a equipa da reportagem deste jornal apurou no local, a Polícia Nacional impediu os manifestantes de passarem em frente ao Palácio do Governo, situado na Várzea. Elas tiveram de passar pela sede da CV Móvel, atravessando a rua de Gamboa e chegando assim à Rotunda de Homem de Pedra, na Várzea.

Eliseu Tavares lamentou bastante esta situação e afirmou que deu a sua palavra de que a manifestação seria pacífica e ordeira, mas aponta que infelizmente houve uma corrente de policiais a impedir a passagem do cortejo à frente do Palácio do Governo, que é do povo também e e cujos membros foram eleitos pelos cidadãos. Por isso, defende que os manifestantes deveriam ter o direito de passar na via frente ao palácio do Palácio.

A manifestação dos trabalhadores realizada nesta segunda-feira, 1 de maio, teve, no entanto, um número reduzido de pessoas, aproximadamente à volta de 100 presentes. Decorreu de forma pacífica, mas registou-se alguma tensão quando os policiais impediram que os protestantes passassem livremente frente ao Palácio do Governo.

É de salientar que esta manifestação decorreu em várias ilhas do país, com o intuito de chamar a atenção do Governo da República sobre os graves problemas que vêm afligindo a sociedade cabo-verdiana.

A próxima manifestação está convocada por ocasião do 5 de julho, dia da Independência de Cabo Verde. Silvana Gonçalves/Redação

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