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Médicos moçambicanos decidem sexta-feira prorrogação de greve por mais 21 dias 27 Julho 2023

A Associação Médica de Moçambique vai decidir na sexta-feira, em reunião, se prorroga por outros 21 dias a greve nacional iniciada em 10 de julho, foi hoje anunciado.

Médicos moçambicanos decidem sexta-feira prorrogação de greve por mais 21 dias

“Nós, como classe, teremos uma reunião nacional na sexta-feira onde vamos decidir a prorrogação desta greve por mais 21 dias, mas queremos anunciar que não existem, neste momento, condições para suspender a segunda fase da terceira greve dos médicos”, afirmou o presidente da AMM, Milton Tatia.

Os médicos protestam contra cortes salariais e falta de pagamento de horas extraordinárias, entre outras reivindicações, que tem feito aumentar o tempo de espera dos doentes nas diferentes unidades sanitárias do país.

A associação estimou anteriormente que 78% dos médicos de um universo de 3.000 profissionais na função pública estejam em greve, enquanto o Governo tem mobilizado médicos militares para colmatar as dificuldades em algumas unidades.

Entretanto, o Ministério da Saúde garantiu que o problema de enquadramento estaria completamente resolvido até o dia 13 de julho, o que, segundo a AMM, não aconteceu.

Os médicos justificam a possibilidade de prorrogação da greve de 21 dias com a alegada existência de um documento enviado à classe sobre a revisão do regulamento do estatuto dos médicos, que acusam pretender reduzir e eliminar direitos.

“O Ministério da Saúde pretende reduzir e, de certa forma, eliminar ainda mais os nossos direitos. Pretende eliminar os subsídios de risco, a compensação pelo trabalho noturno. Pretendem, também, eliminar a diferenciação do cálculo da remuneração extraordinária para médicos”, disse ainda Milton Tatia.

A AMM refere que durante o processo negocial com o Governo cederam em alguns pontos do caderno reivindicativo, como no caso da redução do subsídio de exclusividade que passou de 40 para 5%, do subsídio de risco de 30 para 5%, e do subsídio de turno, que caiu de 30 para 5%.

“Nós temos consciência das dificuldades que o nosso país enfrenta, o que nós não percebemos é que, no meio dessas dificuldades, estão a ser realizados seminários e formações, com todos os custos que acarretam”, criticou igualmente.

O ministro da Saúde de Moçambique acusou em 18 de julho os médicos de violarem “os serviços mínimos” durante a greve que a classe está a realizar, assinalando que essa omissão configura um incumprimento da Constituição da República.

“Os serviços mínimos são um requisito constitucional, não é uma opção do grevista, é uma questão constitucional”, enfatizou Armindo Tiago.

Aquele governante notou que a AMM tinha assegurado que os serviços essenciais nos hospitais moçambicanos não seriam afetados pela paralisação, convocada para um período de 21 dias.

Reiterou igualmente que o Governo já satisfez as exigências de curto prazo colocadas pelos médicos, garantindo que todas as reclamações serão atendidas até novembro.
A Semana com Lusa

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