Filomena Gonçalves, que falava na cerimónia de abertura do IV Congresso Nacional de Investigação em Saúde que decorre de hoje a quarta-feira, no Seminário São José da Escola Universitária Católica de Cabo Verde sob o tema “Investigação em Saúde e Vigilância Integrada de Doenças”, realçou ainda que a investigação em saúde ajuda no desenvolvimento de estratégias de prevenção e tratamento eficazes.
“Vivemos num mundo em constante evolução, com ameaças emergentes e reemergentes que desafiam a nossa capacidade de resposta, pelo que é imperativo que continuemos a investir em pesquisa e inovação para aprimorar o nosso sistema de saúde e fortalecer as políticas de saúde em prol do bem-estar da população”, disse.
Segundo a governante, a importância de doenças emergentes e reemergentes tornou-se mais evidente durante a pandemia da covid-19, razão porque, frisou, deve-se reconhecer que o mundo não está imune a ameaças futuras.
Para fazer face a essas ameaças defendeu a necessidade de se trabalhar a capacidade de prevenção, detecção e respostas às doenças emergentes, visando assim uma melhor saúde pública e a segurança nacional.
Neste âmbito, apontou a equidade na saúde como um princípio fundamental que deve orientar todas as políticas e acções, garantindo assim acesso justo dos cidadãos à pesquisa em saúde.
“Cabo Verde demonstrou resiliência em abordagem a vigilância de doenças emergentes com avanços significativos no quadro legal e estratégicos, mas ainda enfrenta desafios significativos, pelo que é essencial continuar a desenvolver políticas e estratégias de pesquisa em saúde”, ressaltou, sublinhando que o congresso representa oportunidade “valiosa” para o aprofundamento de conhecimentos, sobretudo, as questões relacionadas à vigilância de doenças emergentes.
Reiterou ainda, em nome do Governo, o compromisso com a promoção da pesquisa em Cabo Verde e com o fortalecimento de todo o sistema de saúde, enfatizando, por outro lado, que a pesquisa é “fundamental” para a excelência em saúde pública.
Convidado a falar sobre verbas alocadas ao seu ministério para investigação em 2024, Filomena Gonçalves avançou que sempre houve orçamento para este sector e adiantou que a investigação é feita de forma integrada em todos os sectores e políticas no sentido “Um só Saúde”.
Neste domínio, lembrou que a criação da Fundação Ciência e Tecnologia irá fazer a diferença no campo da investigação.
O representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Cabo Verde, Daniel Kertesz, ao usar da palavra referiu-se sobre a importância da investigação em saúde e reafirmou o compromisso da organização em continuar a colaborar com o país no desenvolvimento dos projectos de investigação e em áreas prioritárias.
Reafirmou ainda o compromisso em apoiar no fortalecimento institucional, na monitorização e avaliação sistemática da integração da investigação no sistema nacional de saúde e no seu impacto na melhoria dos indicadores de saúde da população cabo-verdiana.
O IV Congresso de Investigação em Saúde acontece focando em conferências, mesa redonda, apresentações de temas livres e posters que cobrirão todos os aspectos relacionados com a investigação em saúde como meio para alcançar elevado nível de vigilância integrada de doenças em Cabo Verde.
Este processo foca em três pilares: Política e Sistemas de Saúde em contexto de vigilância integrada de doenças, Estratégias de Vigilância de doenças emergentes e reemergentes, e Promoção da saúde; Investigação em Saúde para a Vigilância de doenças emergentes e reemergentes.
Assim, o instituto, através desta iniciativa de dois dias, pretende alargar um amplo espaço de discussão em torno dos novos paradigmas e temas emergentes e reemergentes de saúde como “Alterações Climáticas e a investigação em Saúde”, “Estratégia para a investigação em saúde na CEDEAO”, “Investigação científica e prestação de cuidados de saúde – Ensaios clínicos”, “Avaliação da implementação da Agenda de Investigação para Saúde 2020/2024” e “Financiamento da investigação em Saúde em Cabo Verde: Oportunidades e desafios”.
A Semana com Inforpress