Esta consideração foi feita esta segunda-feira, na sessão de abertura do “Curso de Formadores em questões de Igualdade e Equidade de Género e Violência Baseada no Género (VBG)”, para militares e civis das Forças Armadas, uma iniciativa do Ministério da Defesa Nacional em parceria com o Instituto Caboverdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG).

Na ocasião a ministra afirmou que a VBG é, “sem dúvida”, um dos maiores atentados à dignidade das mulheres, daí que realçou a importância de se continuar o seu combate, que “não deve ser isolado”.

“Todos temos de combater a violência baseada no género e devemos ter a consciência de que não se combate somente pela via da repressão”, alertou, apontando que é preciso continuar a apostar na formação, na educação desde tenra idade para que se valorize mais o amor, a amizade e o respeito.

Segundo disse, com esta ação de capacitação estão a sensibilizar não só os militares dos quadros permanentes, mas também os cerca de 800 jovens que passam atualmente pelas fileiras das Forças Armadas, incutindo-lhes esses valores fundamentais, para que, além de soldados militares, sejam também cidadãos defensores da igualdade e equidade de género.

Assegurou que o Governo não tem medido esforços nesta matéria e vem lutando pelos direitos das mulheres e meninas deste País de forma que tenham as mesmas oportunidades que os homens, que sejam respeitados e protegidos contra qualquer forma de violência.

“Igualmente nós elaboramos e estamos a implementar o plano nacional de igualdade de género para 2021-2025 que é um documento orientador das ações de todos os envolvidos na promoção da política de igualdade de género”, lembrou.

Entretanto, lamentou as inúmeras situações que têm ocorrido e afligido a sociedade caboverdiana que tem colocado as mulheres na situação de vitimização, com muitas a perderem a vida, famílias desestruturadas e muitos filhos menores a crescerem sem mãe e sem pai.

“Estas razões determinam e exigem a assertividade das políticas públicas. Estas são as razões que nos interpelam a refletir e que exigem que tenhamos consciência da gravidade da situação e da imperiosa necessidade de todos fazermos a nossa parte para que juntos possamos impulsionar a mudança de mentalidade”, concretizou.

Por seu lado, a presidente do ICIEG, Marisa Carvalho, sublinhou a importância desta formação, assegurando que o caminho para o combate à VBG passa obrigatoriamente pela sensibilização, capacitação e formação em todos os setores.

“Esperamos poder contar, após esta formação, com mais aliados neste combate contra a VBG, capacitados para replicar conhecimentos adquiridos, fomentando a saudável partilha do saber, substituindo a violência latente que se tem vindo a manifestar mais do que desejado na nossa sociedade, pela paz que todos nós merecemos”, reforçou.

Esta ação de capacitação decorre de 24 a 28 de Julho, enquadra-se no âmbito da implementação do Plano de Acção Setorial do Ministério da Defesa Nacional, para a integração das perspectivas de género nas questões da defesa e das Forças Armadas e para a implementação da Resolução 13/25 do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre Mulheres, Paz e Segurança.

A Semana com Inforpress