Em comunicado, o Ministério da Saúde do Gabão informou que Guy Patrick Obiang Ndong, acompanhado pelo representante residente da Organização Mundial de Saúde (OMS), Magaran Monzon Bagayoko, visitou as zonas fronteiriças de Meyo-Kyé e Mébo’o no departamento de Ntem, província de Woleu-Ntem.
Estas zonas do Gabão fazem fronteira com a Guiné Equatorial, onde um surto de Marburg, uma febre hemorrágica provocada pelo vírus com o mesmo nome, já causou a morte de pelo menos nove pessoas.
O ministro e a delegação visitaram o sistema de vigilância sanitária nestas duas zonas fronteiriças e “reforçaram as capacidades operacionais e de intervenção das equipas locais em caso de alerta”, segundo o comunicado.
Guy Patrick Obiang Ndong entregou um lote de consumíveis médicos e outros produtos de saúde para “reforçar as capacidades logísticas das equipas de vigilância”, nomeadamente equipamento de proteção pessoal, gel hidroalcoólico, termómetros e zaragatoas para análise de amostras.
“Viemos para avaliar o sistema de saúde em vigor nas zonas fronteiriças. Com os peritos da Unidade Operacional de Resposta à Epidemia e da OMS, informámos novamente o pessoal médico sobre a necessidade de ter um sistema bem seguro”, afirmou Guy Patrick Obiang Ndong.
E acrescentou: “Também falámos com as autoridades políticas e administrativas do departamento de Ntem para que se apropriem desta resposta preventiva e se envolvam mais na sensibilização a nível comunitário através da criação de mecanismos de informação e envolvimento comunitário para as populações”.
Durante a visita, o representante residente da OMS avaliou a estratégia de prevenção posta em prática pelas autoridades gabonesas.
“O facto de as autoridades gabonesas estarem muito rapidamente no terreno é uma nota de garantia para a população e isto demonstra ainda mais o seu desejo de não permitir que este vírus entre em solo gabonês", disse Magaran Monzon Bagayoko.
A resposta preventiva consiste na vigilância epidemiológica a nível dos pontos de entrada, comunicação dos riscos, envolvimento da comunidade e reforço das capacidades das equipas locais por peritos da Unidade Operacional de Resposta Epidemiológica.
A doença de Marburg é uma febre hemorrágica viral altamente infecciosa, da mesma família e tão mortal como a doença do vírus Ébola, mais conhecida.
No passado, foram detetados surtos e casos esporádicos desta doença noutros países africanos, como Angola, Gana, Guiné-Conacri, República Democrática do Congo, Quénia, África do Sul e Uganda e estima-se que tenha matado mais de 3.500 pessoas em África.
Os morcegos-da-fruta são os hospedeiros naturais deste vírus, que quando transmitido aos seres humanos pode ser espalhado através do contacto direto com fluidos como sangue, saliva, vómito ou urina.
A Semana com Lusa