O vice-primeiro-ministro e ministro da Finanças, Olavo Correia, defendeu esta posição durante a audição parlamentar da segunda comissão especializada de finanças e orçamento, sobre a Conta Geral do Estado 2020, ressalvando que daí o endividamento do país teve de ser ultrapassado, dos três para 3,3 %.
Referiu que as contas de 2020 foram marcadas pela pandemia da covid-19, que provocou uma recessão económica imprevisível de cerca de 20 %, alegando que, assim como em outros países, a prioridade para Cabo Verde foi salvar vidas, empresas, empregos e investir na segurança sanitária e na estabilidade social, preparando o País para a retoma.
“A única solução que nós tínhamos, porque não podíamos negociar empréstimos externos porque leva tempo e estávamos perante uma emergência. Não podíamos esperar pelos donativos, porque as pessoas estavam a morrer. A única forma que tínhamos de intervir, de emergência, rapidamente e dependendo apenas de nós era o recurso ao endividamento interno”, explicou.
Olavo Correia considerou ainda que esta visão foi adoptada por muitos países e apontou, inclusive, estados como EUA, Portugal, Alemanha, França e Espanha, para realçar que esta visão permitiu ao executivo preparar o País para a retoma.
Quanto ao défice em percentagem no Produto Interno Bruto (PIB), o governante clarificou que está associado a cenários, face a evolução nominal do endividamento, referindo que Cabo Verde teve “forte retracção” na actividade económica.
Por esta razão, observou, com a diminuição do PIB, “muito mais intensamente do que previsto”, o rácio que estava aprovado, em consequência do contexto, tem uma deterioração, mas que estes valores podem ser “facilmente ultrapassados” com as justificações.
Relativamente às recomendações, constatações, sugestões ou melhorias expressas no parecer do Tribunal de Consta, o governante disse tratar-se de um “processo normal” em todos os países do mundo e que Cabo Verde está a ficar com as contas em dia, mediante as condições criadas para que nos próximos anos não haja atraso em relação a entrega das contas.
A Semana com Inforpress