“Vamos (...) verificar as especificidades que são decorrentes desta necessidade que Cabo Delgado tem, especificamente por conta do esforço que deve ser feito na área de defesa e segurança”, declarou presidente da Comissão de Inquérito, em declarações à comunicação social no final de uma reunião entre deputados da primeira comissão e órgãos do governo local em Cabo Delgado.
A intenção, prosseguiu Nequice, é responder às necessidades da província, num momento em que as populações continuam a apresentar uma tendência de regresso às zonas de origem, com a estabilização da situação.
“Acho que haverá um suplemento que represente a dimensão destes desafios para que se garanta o restabelecimento total da segurança e, de forma incondicional, as populações possam se locomover e desenvolver as suas atividades (…) a vida tem de voltar à normalidade”, declarou.
Desde 2017, a província moçambicana de Cabo Delgado, rica em gás natural, está a ser aterrorizada por rebeldes armados, sendo alguns ataques reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.
O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED. A Semana com Lusa