A vitória das ideias militares de Mohamed Deif — declarado em 2015 o arqui-inimigo pelo Departamento de Estado norte-americano — dentro do Hamas representa, na opinião dos especialistas, o início de um novo e perigoso capítulo no conflito palestino-israelita.
Os ataques suicidas, por exemplo, voltaram com este nascido no campo de refugiados Khan Yunis em Gaza, em 1965: Mohamed Deif apoia todas as ferramentas violentas na luta pela libertação da Palestina.
O ataque do Hamas este fim de semana que resultou em várias centenas de mortes e centenas de reféns, incluindo americanos, é sintetizado por um antigo embaixador israelita em Paris como "o resultado de uma conjunção entre uma organização islâmica fanática e uma política israelita imbecil".
O envio de ajuda militar norte-americana a Israel está em curso, na mesma linha demonstrada quando Joe Biden teve a sua primeira conversa, em 16.mai.021, com o presidente Mahmoud Abbas, sobre os "esforços diplomáticos" de Washington face à escalada de violência em Gaza. O novo ocupante da Casa Branca destacara "a necessidade de o Hamas deixar de disparar contra Israel".
Na mesma linha de crescente condenação internacional do Hamas após a inédita ofensiva de sábado, o presidente de El Salvador, Bukele que é palestino-descendente, pede a eliminação do Hamas.
"A melhor coisa que podia acontecer ao povo da Palestina é a eliminação completa do Hamas. Esses selvagens não representam o povo da Palestina. Quem apoia a causa da Palestina faria um grande erro se alinhasse com esses criminosos", remata Bukele.
Próxima Intifada
O antigo embaixador israelita em Paris, Elie Barnavi considera que "esta mini-guerra do Kippour é, como a outra, suscetível de alterar os equilíbrios regionais e que a próxima Intifada (agitação/levantamento) é uma questão de tempo".
Fontes: Reuters/Times of Israel/Le Monde/X/ex-Twitter. Fotos: Mohamed Obeid nasceu já num campo de refugiados de Gaza em 1965. Manifestações de apoio à causa da Palestina em Lisboa, Londres.