O jurista Vladimir Gomes, porta-voz do movimento, disse à Lusa que os sucessivos Governos da Guiné-Bissau “têm brincado com a vida dos habitantes das ilhas Bijagós”.
O porta-voz do Movimento “Djius Aos” apontou o exemplo da “subida galopante” do preço do único navio que faz a ligação entre Bissau e Bubaque, a capital do arquipélago.
“O barco começou a cobrar uma viagem por 3.500 francos cfa [cerca de 5,33 euros], mas rapidamente e sem que nada o justificasse subiu para 6.500 francos cfa [cerca de 9,91 euros]. Exigimos a redução, com caráter de urgência, da viagem Bissau/Bubaque para 3.500 francos cfa”, exortou.
Vladimir Gomes disse que o Governo é o “único responsável” pela vida dos cerca de 32 mil guineenses que vivem nas 21 das 80 ilhas e ilhéus que compõem o arquipélago dos Bijagós.
O dirigente das ilhas Bijagós considera também “absurdo” o facto de as crianças pagarem a passagem entre Bissau/Bubaque, mas sem terem direito a sentarem-se durante o trajeto.
“O povo das ilhas foi consentindo até já não poder mais, por isso decidimos denunciar e chamar à responsabilidade a quem de direito, neste caso o Governo”, afirmou Vladimir Gomes que destacou a indignação dos habitantes das ilhas Bijagós, que recusam “continuar a ser roubados”.
Gomes apelou aos habitantes das ilhas Bijagós para que não viajem no barco, que pertence a uma empresa espanhola e que em 2017 assinou uma convenção com o Governo da Guiné-Bissau, se a exigência de redução do preço da viagem não for acatada.
Se até ao dia 30 deste mês não houver resposta da empresa detentora do barco, Vladimir Gomes disse que o Movimento “Djius Aos” irá realizar “a maior manifestação alguma vez ocorrida nas ruas de Bubaque”.
A Semana com Lusa