O posicionamento foi defendido esta quarta-feira, 27, pelo presidente da Câmara Municipal dos Mosteiros, Fábio Vieira na abertura da segunda edição do “Beco literário: festa do livro” que homenageou o escritor e professor Manuel Francisco Fontes, conhecido no mundo literário pelo pseudónimo “O Pupilo das Musas”, falecido nos Estados Unidos da América.

“Nesta segunda edição do Beco Literário, estamos a render uma justa homenagem, a título póstumo, a um dos expoentes máximos da nossa literatura, Manuel Fontes, o Pupilo das Musas, que dispensa qualquer tipo de apresentação entre nós, em reconhecimento da sua prestimosa contribuição na promoção da nossa história e cultura através da literatura”, disse Fábio Vieira.

Segundo o mesmo, a ambição da edilidade vai muito mais além de uma simples distinção pública, acrescentando que está a esboçar o plano municipal de toponímia, para que os nomes dessas personalidades possam ser utilizados, no futuro, como topónimos de ruas, avenidas e outros espaços públicos municipais.

O edil advogou que a festa do livro dos Mosteiros é um evento que se vem afirmando no contexto municipal e regional como um espaço nobre de diálogo e intercâmbio entre os amantes do livro e da leitura e os criadores da arte literária, reconhecendo o engajamento e a colaboração da Biblioteca Nacional na realização dessas iniciativas de promoção do livro, de obras e autores cabo-verdianos, bem como de incentivo à leitura.

“Num mundo cada vez mais digital, o gosto pela leitura está a perder-se a um ritmo acelerado. Há, cada vez mais, menos interesse dos jovens pela leitura e pelo livro o que afectará a capacidade de comunicação desta geração” advogou Fábio Vieira para quem quanto menos se lê, menor será a capacidade de interpretação, de abstracção e de estruturação lógica de ideias.

Por esta razão apontou a necessidade da existência de um “djunta mon” entre várias instituições e actores locais, desde jardins infantis, passando pelas escolas do Ensino Básico Obrigatório e de Ensino Secundário, câmara municipal, bibliotecas municipal e nacional, Sociedade Cabo-verdiana de Autores, professores, pais e encarregados de educação, na promoção de iniciativas e programas integradas que visam despertar nas crianças e jovens o gosto pela leitura e pela escrita criativa.

Assim, no dizer do mesmo, de entre várias iniciativas locais em curso e outras por realizar, o Beco Literário destaca-se em matéria de iniciativas e políticas públicas de fomento do hábito da leitura, promoção do livro e, sobretudo, dos autores locais, de intercâmbio e partilha entre os leitores, autores e editores.

Já a presidente do Instituto da Biblioteca Nacional de Cabo Verde, Matilde Mendonça dos Santos, disse que é com satisfação que o Ministério da Cultura e Indústrias Criativas e o Ministério da Educação, através da Biblioteca Nacional e do Plano Nacional da Leitura participam neste evento literário de promoção do livro, da leitura, dos autores cabo-verdianos, além de render homenagem aos escritores locais, esperando que o Beco Literário tenha continuidade.

“É um evento que já começou a deixar marcas”, disse Matilde Mendonça dos Santos, sublinhando que a finalidade é promover o livro e a leitura, desafiando os municípios que ainda não apostam na realização de festivais literários a se engajarem para a promoção desta vertente cultural.

A presidente da Biblioteca Nacional vai entregar um conjunto de livros à biblioteca municipal por ter sido uma parceria na dinamização do concurso nacional de leitura, mas também para reforçar os livros na biblioteca para que as pessoas tenham acesso aos mesmos.

No último dia da segunda edição do Beco Literário: festa do livro será lançado o romance Chuva Braba, que segundo a presidente da Biblioteca Nacional é uma das obras clássicas reeditadas pela instituição que preside e que é recomendada nas escolas secundárias, sublinhando que o preço é simbólico para promover o livro, a leitura e os autores cabo-verdianos.

A Semana com Inforpress