Conforme apurou este jornal, o Movimento para a Democracia está a apostar, como se fosse uma questão de vida ou morte, para conquistar a Câmara dos Mosteiros nas eleições do dia 25, um concelho tido como o último bastião do PAICV no Fogo. Uma estratégia reiterada pelo líder Ulisses Correia e Silva, que esteve nos últimos dias em campanha no concelho. Tudo na perspetiva de concluir a hegemonia política a nível da ilha, isto depois de ter conquistado, em 2016, as Câmaras de São Filipe e Santa Catarina.
Este desejo é visível pelo número de visitas que, ultimamente, dirigentes do MpD e membros do governo vêm efetuando ao Fogo e aos Mosteiros em particular, que recebeu, no sábado, o presidente do MpD, Ulisses Correia Silva. Depois de apoiar a equipa nas zonas de Atalaia/Ribeira Ilhéu (norte) e Relva (sul), Correia e Silva esteve nas zonas altas, onde fez apelo ao voto para a conquista dos Mosteiros. O líder ventoinha planeia regressar, ao mesmo concelho, esta segunda-feira, para reforçar a campanha da candidatura liderada por Lourenço Lopes.
Na sua primeira passagem pelos Mosteiros, o presidente do MpD, que é também o atual Primeiro-ministro, admitiu que a ilha está a entrar na pluralidade e o sue partido precisa vencer nos Mosteiros para completar o círculo e governar melhor a ilha com mais resultados, reconhecimentos e valorização da reconstrução de memória, para a questão de identidade e auto-estima.
O candidato à presidência da câmara, Lourenço Lopes, referiu, por seu lado, que Mosteiros tem merecido atenção do Governo e que nunca dantes tinha recebido investimentos como a partir de 2016, garantindo que, caso vença as eleições do dia 25, a parceria com o Governo será reforçada para o desenvolvimento dos Mosteiros.
Um pouco confiante na vitória está a candidatura de Fábio Vieira. O PAICV qualifica as recentes visitas de membros do atual Governo, nomeadamente do vice-primeiro-ministro Olavo Correia e ministro do Estado Fernando Elísio Freire, como uma forma de pressão exercida ao eleitorado, isto «devido à falta de capital político no município e de obras feitas com investimentos directos».
Diante de tudo isto, o PAICV acusa o concorrente do MpD à presidência da câmara de, juntamente com o deputado nacional e integrante da lista para assembleia municipal, andarem a desaconselhar o governo a enviar recursos para Mosteiros, com o argumento de estes casos serem aproveitados para estas campanhas eleitorais.
Segundo denunciou Fábio Vieira, os membros do governo referidos estão a confundir o eleitorado com a transferência dos recursos consignados do Estado, com investimentos directos, lembrando que «Mosteiros foi discriminado, por exemplo, no quadro do programa de emergência para a mitigação à seca». Os próximos dias que restam para a campanha eleitoral prometem, por isso, subir de tom nas terras de café, talaia baxu e vinho.