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MpD acusa PAICV de buscar dados que se encaixem na “narrativa de retrocesso” para “manipular caboverdianos” 17 Maio 2023

O secretário-geral do Movimento para a Democracia (MpD, poder) acusou esta quarta-feira, 17, o PAICV (oposição) de adoptar uma “abordagem selectiva”, buscando apenas dados que se encaixem na “narrativa de retrocesso” para “manipular e enganar” o povo caboverdiano.

MpD acusa PAICV de buscar dados que se encaixem na “narrativa de retrocesso” para “manipular caboverdianos”

Em conferência de imprensa para reagir às declarações do PAICV, segundo as quais Cabo Verde perdeu 32 mil postos de trabalho de 2016 a 2022, Luís Carlos Silva classificou “a aritmética do PAICV de precária”, salientando que o partido “confunde conceitos, mistura contextos e conjunturas, partindo sempre de um resultado negativo”.

O porta-voz do partido que sustenta o Governo reconheceu, entretanto, que houve de facto a perda de quase 30 mil postos de trabalho, mas sublinhou que a análise exige uma separação de conjunturas entre o período normal e o período de crise.

“O importante não é só analisar os dados isoladamente. É preciso nós termos consciência de qual é a evolução que o País está a fazer. De 2016 a 2018 houve queda no número dos postos de trabalho e depois o país começou a recuperar os postos de trabalho terminando em 2019 com o número de postos de trabalho superior a 2016”, declarou o político.

Entretanto, com a crise, reconheceu que houve um “impacto devastador” que destruiu mais de 20 mil postos de trabalho e aumentou a pobreza.

Contudo, indicou que de 2021 a 2022 Cabo Verde retomou a rota de crescimento económico e da criação dos postos de trabalho.

“Em 2016 o país tinha 203.775 postos de trabalho e em 2019 o país já tinha 206.344 postos de trabalho. Depois de termos entrado numa deriva de distribuição de postos de trabalho em 2022 já tínhamos em 199.216 postos de trabalho, entretanto inferior a 2017”, precisou.

Luís Carlos Silva nega a tese de que o crescimento económico não esteja a ter impacto na redução de empregos, frisando que a quantidade de empregos criados em 2019 e em 2022 é resultado da “excelente performance” económica que o país fez.

“Nos últimos dois anos nós temos uma média de crescimento de 12% o que está acima daquilo que é necessário para impactar verdadeiramente a pobreza”, sustentou.

Por outro lado, realçou que que de 2016 a 2022 há um “momento especial, um buraco no meio”, salientando que cada partido decide aquilo que quer ver.

“Se nós queremos olhar para a crise temos uma recessão de 14 %, o país caiu e nós estamos no processo de recuperação e os dois anos que podemos considerar de normalidade (2021 e 2022), o crescimento do país foi 7 % em 2021 e 17 % em 2022, somamos esses dois anos e dá um crescimento médio de 12 %”, disse reagindo a afirmação do deputado do PAICV, Julião Varela, segundo a qual o crescimento real do país nos últimos três anos foi de apenas 1 % do PIB.

Luís Carlos Silva reconheceu que a pandemia e guerra na Ucrânia tiveram “efeito devastador, destruindo postos de trabalho e aumentando a pobreza”.

Contudo, indicou que para enfrentar esse impacto foi desenhado e implementado o maior Estado social da história cabo-verdiana com políticas concretas e abrangentes para proteger os mais vulneráveis, apoiar trabalhadores e estimular o crescimento económico.

“O PAICV parece ignorar todas essas medidas e prefere distorcer a realidade. Escolheu adoptar uma abordagem selectiva, buscando apenas dados que se encaixem na sua narrativa de retrocesso. Isso é uma clara manipulação e tentativa de enganar o povo cabo-verdiano”, acusou o secretário geral do partido que sustenta o Governo.

A Semana com Inforpress

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