De férias no seu torrão natal, Marciel Lopes de Almeida, ou simplesmente “Matchú Lopes”, 29 anos, referenciado como um dos astros do windsurf mundial, lamentou, segundo a Inforpress, que os jovens tenham estado a enveredar-se pelos caminhos de “night”, alegando que estes comportamentos já têm reflexos na propagação de casos de VIH-Sida.
“Eu estou em pânico…Penso que existe muita falta de comunicação, e acho que há uma necessidade destas coisas serem debatidas nas escolas, de modo que deixe de ser um tabu para poder ser discutidas em casa”, observou o windsurfistas que se prepara para o Mundial da modalidade que arranca em Junho, em Espanha.
Nascido e criado na ilha do Sal, onde descobriu o kitesurf na adolescência, depois de praticar o bodyboard, skinboard, surf e windsurf, na praia de Kite e Ponta Preta, até se tornar campeão do mundo, este especialista dos desportos náuticos é de opinião que apesar da baixa prevalência do VIH em Cabo Verde, nota-se atitudes de riscos e alguma irresponsabilidade na ilha.
“Estamos numa ilha tão pequenina, uma ilha tão incrível, tão espectacular… vejo tantas coisas que poderiam ser melhoradas. Às vezes, paro para pensar…o interesse é só construir infra-estruturas hoteleiras? É só para turistas, ganhar dinheiro, construir casas?”, objectou Lopes citado pela Infrpress.
Numa ilha considerada a mais turística de Cabo Verde, Lopes reclama a falta de infraestruturas que motivem os jovens como o Parque de Skate, quando, atestou, a prática do uso do álcool está a tornar-se um factor cultural, essencialmente no seio da nova geração.
Não se conforma com jovens dos 16/17 anos que, em vez de enveredar-se pelos estudos, desporto ou música de entre outras actividades dignas, ficam no vazio, supostamente por falta de oportunidades que disse existir nas Cidade da Praia e em São Vicente.
Actualmente a ocupar o quarto lugar no ranking Mundial, Matchú Lopes sagrou-se campeão do Mundo em 2006 e divide o ano em treinos, competições ao mais alto nível e actividades promocionais, escreve a Inforpress.