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Nobel da Paz: Oslo nega ter dado presente "grego" a Putin no dia do 70º aniversário 09 Outubro 2022

O presidente Putin fez 70 anos no dia em que Oslo atribuiu o Nobel da Paz a três ativistas de direitos humanos cuja atuação tem sido direcionada para a denúncia do autoritarismo do regime russo e do seu mais próximo aliado bielorrusso. A presidente do comité do Nobel da Paz, Berit Reiss-Andersen, de 68 anos, esclarece: “Este prémio não é dirigido a Vladimir Putin no seu aniversário ou em qualquer outro sentido, exceto que o seu governo, tal como o governo bielorrusso, é um governo autoritário que reprime os ativistas dos direitos humanos".

 Nobel da Paz: Oslo nega ter dado presente

O presidente que lançou a invasão da Ucrânia há sete meses — e por isso é tido como o responsável pela maior ameaça à paz na Europa desde a Segunda Guerra (1939-45) — fez 70 anos no dia em que Oslo atribuiu o Nobel da Paz a três dos seus oponentes.

Perante as especulações de que o Nobel da Paz — atribuído ao bielorrusso, à russa Svetlana Gannushkina e ao ucraniano Volodymyr Yavorskyi — seria um recado a Putin, reagiu logo a presidente do comité do Nobel de Oslo, a advogada e jurista Berit Reiss-Andersen, de 68 anos.

“Este prémio não é dirigido a Vladimir Putin no seu aniversário ou em qualquer outro sentido, exceto que o seu governo, tal como o governo bielorrusso, é um governo autoritário que reprime os ativistas dos direitos humanos", afirmou Andersen , 3ª foto em baixo).

A jurista Berit Reiss-Andersen, desde 2017 presidente do comité Nobel da Paz destaca-se como crítica do governo chinês e tem interpelado os sucessivos governos noruegueses sobre as relações mantidas com Pequim.

Foi assim que em julho de 2017 Pequim lhe negou um visto para assistir ao funeral de Liu Xiaobo, Nobel da Paz de 2010, que morreu na prisão onde começou por dar entrada como preso político em 1996. Nesse ano também Liu veio a casar-se na prisão com Liu Xia, sua doravante porta-voz.

Laureados da Bielorússia, Rússia e Ucrânia

Ontem, em Oslo, o comité do Nobel da Paz anunciou a atribuição do prémio ao bielorrusso Ales Bialiatski, de 60 anos, e a duas organizações de direitos humanos, uma russa e outra ucraniana (fotos ao alto).

A laureação do bielorrusso Bialiatsk — cuja mais recente detenção ocorreu em 2020 durante os protestos contra a "eleição presidencial fraudulenta" que mantém Lukashenko na presidência — é justificada por "te[r] devotado a sua vida a promover a democracia no seu país natal".

Os cinco membros do comité disseram que os laureados deste ano "revitalizaram e honraram a visão de Alfred Nobel de paz e fraternidade entre nações", que consideram ser ainda "mais necessária no mundo de hoje".

Prenda a Putin: Trator de Lukashenko

Na mesma sexta-feira 7 do seu aniversário, sem celebrações dada a situação de guerra, o presidente Putin e os seus aliados dos Estados Independentes reuniram-se em Sampetersburgo numa "mini-cimeira", tida como preparatória da anual cimeira da CEI/CIS-Comunidade dos Estados Independentes na capital cazaque, Astana.

Em Sampetersburgo reuniram-se ontem os presidentes do Azerbeijão Ilham Aliyev, da Bielorrússia Alexander Lukashenko, do Cazaquistão/Kazakhstan Kassym-Jomart Tokayev, do Tadjiquistão/Tajikistan Emomali Rakhmon, do Turquemenistão /Turkmenistan Serdar Berdimuhamedow, do Uzbequistão/Uzbekistan Shavkat Mirziyoyev e o primeiro-ministro da Arménia Nikol Pashinyan. O presidente do Quirguistão/Kyrgyzstan Sadyr Japarov pediu desculpas pela indisponibilidade.

Trator de Lukashenko. À entrada para a reunião, o chefe de Estado e governo bielorrusso, desde 1994 no poder, inquirido sobre o presente ao aniversariante, replicou:

"Vou entregar-lhe o certificado do trator bielorrusso com que ele vai impulsionar a agricultura para oferecer alimentos à Europa que está a roubar o cereal da Ucrânia" (foto ilustrativa à direita, publicada no mesmo dia no Ukrainska Pravda).

...
Fontes: AFP/TASS/Nobel.org/... Fotos(AP): Três laureados com o Nobel da Paz de 2002 são a ong ucraniana Centro das Liberdades Civis (liderada por Volodymyr Yavorskyi, 1ª foto em baixo), a ong russa Memorial (liderada por Svetlana Gannushkina, 2ª foto em baixo) e Ales Bialiatski (fotos em cima).

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