No ato de posse, ocorrido hoje, no Mindelo, perante o ministro do Mar, Abraão Vicente, o empossado prometeu ainda “acelerar” o processo de elaboração da Estratégia Nacional do Mar para o horizonte 2023-2030, e o respectivo plano de acção, a qual será socializada com “todos os intervenientes” no setor.
Anísio Évora chamou ainda atenção para o facto de a economia do mar, a formação e a literacia do oceano, o conhecimento e a proteção do meio marinho carecerem de uma combinação de recursos, entre eles o financeiro, sendo “um imperativo”, continuou, o engajamento na “mobilização e procura incessante” de financiamento e mobilização de parcerias públicos e privados, nacionais e estrangeiros.
Tudo, continuou, para permitir o suporte nas atividades técnicas e financeiras e criação de condições para investimentos nos diversos setores do mar, e o alcance de uma economia do mar “forte, inclusiva e moderna”.
Ademais, di-lo o novo diretor Nacional de Políticas do Mar, os sectores e áreas de investimento “estão identificados” e são “exemplos” de que a criação de condições para a atração de investidores “é crucial”.
Entre esses sectores já identificados nomeou a industria de construção, manutenção e reparação naval, a pesca e comercialização dos seus produtos, as energias renováveis oceânicas e o turismo costeiro.
“As oportunidades de negócio em torno da economia marítima são enormes, vamos trabalhar no sentido de fomentar a criatividade, o emprededorismo e a transferência de tecnologia nas áreas económicas-industriais ligadas ao mar”, concretizou a mesma fonte.
No entanto, referiu Anísio Évora, para alcançar tal ambição e fomentar o emprego e uma economia azul “circular e sustentável”, é necessário haver uma articulação com as instituições responsáveis para a promoção da inovação, empreendedorismo e acesso ao financiando.
Só assim, continuou, será possível criar uma “plataforma de carreira azul”, com foco no fomento ao empreendedorismo, como gerador de negócios azuis, com soluções inovadoras ao setor e que, simultaneamente, agreguem “valor social e ambiental”.
É que, sintetizou, para se desenvolver a economia azul sustentável e inovadora a educação e formação “são fundamentais”, daí uma abordagem, precisou, que deve iniciar-se com o envolvimento de jovens desde o ensino secundário, universidades e escolas de formação profissionalizante, tendente à criação de um “guia de carreira azul”, que “servirá de norte” para as oportunidades de carreira nas áreas de crescimento da Economia Azul.
Anísio Évora, que substitui no cargo Giliardo Nascimento desde Julho de 2022, tem uma carreira de 17 anos sempre ligado ao setor do mar, tendo, em 2004, concluído o curso de Planeamento e Administração dos Transportes Marítimos Portos e Logística, na ex-ISECMAR, e, em 2007, a licenciatura em Contabilidade e Administração, ramo Administração e Controlo Financeiro, no ISCEE.
Em 2015, concretizou a pós-graduação em Gestão e Políticas de Pesca, na Universidade das Nações Unidas, Reykjavik, Islândia, e, em 2020, o mestrado em Economia e Finanças, na Universidade de Cabo Verde. "É quadro do antigo INDP, hoje IMar, onde desempenhou diversos cargos".
A Semana com Inforpress