O guarda-redes Yassine Bounou foi o herói da classificação histórica, defendendo dois penaltis. Ironicamente, o camisa 1 defende um time espanhol, o Sevilla.
Curiosamente, dois dos 26 jogadores do elenco marroquino são nativos da Espanha, mas escolheram defender o país africano, que foi um protetorado espanhol entre 1912 e 1956. Um deles é o lateral Achraf Hakimi, nascido em Madri, justamente quem bateu o pênalti decisivo. O outro é o goleiro reserva Munir El-Kajoui, natural de Melilla, cidade no território de Marrocos, próximo ao Estreito de Gibraltar, mas que pertence à nação ibérica e possui, inclusive, um muro erguido na região de fronteira.
A classificação garante o melhor resultado marroquino em uma Copa, superando 1986 (México), quando a equipe parou na Alemanha Ocidental, nas oitavas. De quebra, a seleção do norte-africana igualou o desempenho mais positivo do continente em um Mundial, repetindo Camarões (1990, na Itália), Senegal (2002, em Japão e Coreia do Sul) e Gana (2010, na África do Sul).
Para ser o primeiro país da África em uma semifinal de Copa, Marrocos terá que superar Portugal, no jogo que acontece no próximo sábado (10), a partir das 16h, no Estádio Al Thumama, em Doha.
A Espanha, pelo terceiro Mundial seguido, fica pelo caminho antes das quartas. Em 2014 (Brasil), sequer passou da primeira fase. Há quatro anos, na Rússia, também caiu nos penaltis e nas oitavas de final, só que para os anfitriões. Apesar de terem a equipe com a quarta menor média de idade da Copa e de serem um time em formação para a edição de 2026 (Estados Unidos, México e Canadá), os campeões de 2010 deixam o Catar frustrados, após a empolgação de iniciarem a competição com um 7 a 0 sobre a Costa Rica.
A Semana com Agência Brasil