OPINIÃO

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Caso de mortes de crianças no Hospital Baptista de Sousa e inquérito instaurado 18 Maio 2023

A Sra. ministra da saúde disse que se vai instaurar inquérito para apurar a verdade sobre a morte dos 5 recém-nascidos no HBS em menos de um mês. Veremos se é para apurar a verdade ou se é para mascarar a verdade, o que não seria novidade.Pergunto-me sempre, como é possível uma mulher que já passou por uma gravidez, uma gravidez é sempre uma gravidez não importa se foi mais ou menos tranquila, que já passou pela dor de dar à luz a um filho, pode ser tão desumana, cruel, incompreensível e intolerante com outra mulher naquele momento? Peço às mulheres que tenham coragem e começam a denunciar as atrocidades que sofremos num momento (parto) tão aflitivo e lindo.

Por: Ruth Delgado

Caso de mortes de crianças no Hospital Baptista de Sousa e inquérito instaurado

O nascimento de um filho, o momento de trazer uma vida ao mundo, deveria ser o mais feliz na vida de uma mulher. Deveríamos ter condições para que isso acontecesse com segurança, bem-estar e principalmente apoio psicológico. Pois, sabemos que durante essa fase o psicológico e o emocional da mulher também se encontram abalados.

Infelizmente na nossa ilha (São Vicente), para não dizer no nosso país, certos médicos, enfermeiros e auxiliares de saúde, na sua maioria mulheres e mães como as pacientes, transformam esse momento num terrível pesadelo.

Eu tive um filho em novembro 2018. Me lembro como se fosse hoje. Foi o pior dia da minha vida. Depois de mais de 28 horas em trabalho de parto, desanimada, completamente assustada e já sem forças, resolvi implorar a médica que se encontrava de plantão que me fizesse uma cesária, procedimento que já deveria ter feito. Aquela mulher, que não é merecedora de ser chamada de médica, maltratou-me, humilhou-me e agrediu-me verbalmente, a ponto de eu ir da enfermaria até o bloco operatório em prantos, senti-me como se estivesse caminhando para a morte, eu e o meu bebé. Meu bebé poderia ter morrido ou ficado com paralisia cerebral devido ao número de horas em trabalho de parte.

Negligência e descasos nos hospitais

É essa negligência e esse descaso nos hospitais de Cabo Verde que vem causando a morte de bebés e não é de hoje. Infelizmente são as mulheres que sofrem com a maldade e a falta de humanidade, que perdem os seus filhos, que têm a maior parcela de culpa, sim, porque sofrem e calem com medo de represálias, afinal «moda te dzid num bom criolo, sempre no te torna volta la». Pergunto-me sempre, como é possível uma mulher que já passou por uma gravidez, uma gravidez é sempre uma gravidez não importa se foi mais ou menos tranquila, que já passou pela dor de dar à luz a um filho, pode ser tão desumana, cruel, incompreensível e intolerante com outra mulher naquele momento? Peço as mulheres tenham coragem e começam a denunciar as atrocidades que sofremos num momento tão aflitivo e lindo.

A Sra. ministra da saúde disse que se vai instaurar inquérito para apurar a verdade sobre a morte dos 5 recém-nascidos no HBS em menos de um mês. Veremos se é para apurar a verdade ou se é para mascarar a verdade, o que não seria novidade.Pergunto-me sempre, como é possível uma mulher que já passou por uma gravidez, uma gravidez é sempre uma gravidez não importa se foi mais ou menos tranquila, que já passou pela dor de dar à luz a um filho, pode ser tão desumana, cruel, incompreensível e intolerante com outra mulher naquele momento? Peço às mulheres que tenham coragem e começam a denunciar as atrocidades que sofremos num momento (parto) tão aflitivo e lindo.

Falta de médico legista e ruptura de medicamentos

Mas os descasos na casa Santa não se restringem a maternidade.É falta de médico legista que obrigam famílias a aguardar dias a fio por uma autopsia, intensificando assim a sua dor, são consultas e exames que temos de esperar meses e até ano para fazer, quando os aparelhos não estão avariados. São enfermeiros que não recebem o salário a mais de 6 meses, que não tem um contrato decente porque são considerados inquiridores da Covid19, tenho conhecimento de enfermeiros que estão nessa situação há 6 anos, mas ainda não havia Covid.

Inquiridores ou não, fazem o trabalho de um enfermeiro, foram contratados por serem qualificados como enfermeiros, nada mais justo terem os seus direitos reconhecidos e respeitados como enfermeiro. Não é-lhes permitido um vínculo com a função publica, não deixam o hospital porque tem receio de não conseguirem integrar no sistema novamente.

A solução é procurar outro emprego, afinal tem contas para pagar.
E para finalizar não posso deixar de frisar a rutura de medicamentos que tem vindo a assombrar os doentes crónicos, especificamente os diabéticos que se desesperam cada vez que ouvem dizer que a insulina esta em falta nas farmácias. Nunca a saúde em Cabo Verde esteve tão doente como agora
!

Ruth Delgado

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