Simões Pereira deixou este alerta no último dia da campanha eleitoral, no comício realizado no campo da Rádio junto à Guiné Telecom (Bairro Militar), perante milhares de militantes e simpatizantes do partido e da coligação que liderada pelo partido libertador.
O cabeça de lista da PAI-Terra Ranka pediu ao povo para ser vigilante e monitorizar todos os passos e todas as movimentações dos adversários políticos para que não façam trapaça no dia da votação.
“Tenho informações de que há um pedido feito às forças militares da CEDEAO para assegurarem as eleições, mas vou deixar claro que essa intervenção só será necessária se for detetada uma situação que requeira intervenção. Estas eleições pertencem ao povo e enquanto sentir que não há rigorosamente nada, as forças armadas não serão chamadas a intervir nestas, que fiquem equidistantes”, frisou, para de seguida afirmar que os militares guineenses são constituídos, na sua maioria, por homens patriotas responsáveis que têm consciência da importância da farda que envergam.
“Temos que ter o coração de dizer àqueles militares que se colocam à disposição de alguém para perseguir outras pessoas na calada da noite e amedrontar a população, de que não vamos permitir que isso aconteça desta vez, nem nunca”, avisou.
Domingos Simões Pereira desafiou todos os partidos e coligações de partidos políticos, caso assumam a governação, a aceitarem a coabitação com os outros órgãos da soberania e “um Presidente responsável deve aceitar as regras democráticas, preparar-se e aceitar a mesma convivência em harmonia com outros órgãos, porque quem decide e dá responsabilidade à uma pessoa ou a um determinado grupo de pessoas é o povo. Goste-se ou não de Domingos Simões Pereira, essas é a realidade”.
O presidente do PAIGC acusou o Presidente da República de ter agido de forma parcial e apoiado o Madem-G 15 na campanha eleitoral. Pediu o “voto útil” ao PAI- Terra Ranka, por ser a única formação política capaz de revolucionar o desenvolvimento na Guiné-Bissau e garantiu que, se lhe for confiada a governação desta vez, não vai só procurar 1,5 mil milhões de dólares, mas sim 5 mil milhões de dólares norte-americanos para desenvolver o país.
Assegurou que em quatro anos todos os assuntos sociais (saúde, educação, saneamento básico e água, infraestruturas rodoviárias…) ficarão resolvidos para sempre, bem como irá colocar, nos próximos 4 anos de governação, a mulher no centro de todos os pensamentos estratégicos do seu programa.
“Nos próximos 4 anos de governação do PAI-Terra Ranka, cada rapariga com 18 anos de idade terá uma conta bancária sem custos e um subsídio que lhe permitirá tomar conta da sua pessoa. Temos que estar vigilantes, sobretudo com a CNE, todos os elementos dessa estrutura que gereas eleições, cada passo que derem e movimento que fizerem têm de ser monitorizados”, exortou.
Domingos Simões Perira defendeu que é a altura de fazer uma revolução social na Guiné-Bissau e avisou que quem tentar travá-la será esmagado pela juventude guineense. O líder do PAIGC afirmou que o povo está a passar fome, sobretudo na zona sul do país outrora considerada o celeiro do país e denunciou que a castanha está a ser comercializada a 200 francos CFA, fato que considera “um crime” cometido pelas atuais autoridades.
“No dia 04 de junho, quem tem a responsabilidade de assumir as rédeas de governação é a coligação PAI-TerraRanka. Dia 04 vamos todos decidir o futuro do país, das nossas crianças e a esperança de um povo”, disse.
Criticou a atuação do Presidente da República nestas eleições e acusou-o de ter interferido no processo colocando a sua imagem nos cartazes de candidatos ao cargo de primeiro-ministro de algumas formações políticas, tendo lembrado que nas eleições legislativas organizadas pelos partidos políticos, é o povo a quem é reservado a decisão final, mas são os partidos políticos que se candidatam, por isso devem ter a primeira responsabilidade de defender as regras democráticas.
A Semana com o jornal O Democrata