"A situação no Burkina Faso continua a deteriorar-se e a Agência Nacional da Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) está muito preocupada com a insegurança generalizada e pelas violações dos direitos humanos que afetam os cidadãos", disse a diretora da área de Proteção Internacional, Elizabeth Tan, numa conferência de imprensa em Genebra.
Entre as violações dos direitos humanos estão oito homicídios, desaparecimentos forçados, torturas e sequestros que foram cometidos contra a população do Burkina Faso, e que afetaram especialmente crianças e mulheres, sendo especialmente graves para as cerca de 67 mil pessoas que fugiram do país.
As declarações da responsável da ONU, que estima que cerca de 20% dos 4,7 milhões de habitantes do Burkina Faso precisam de ajuda, surge depois de relatos de repatriamentos forçados destes refugiados que estavam em campos de acolhimento no Gana.
No mesmo dia em que a ONU chamava a atenção para os direitos dos refugiados e para a deterioração a situação, as Forças Armadas do Burkina Faso anunciavam a "neutralização" de 70 alegados terroristas em operações levadas a cabo nas últimas horas contra os afiliados do Estado Islâmico e da Al-Qaeda que operam no país.
O Burkina Faso registou nos últimos anos um aumento significativo dos ataques jihadistas perpetrados por afiliados da Al-Qaeda e do Estado Islâmico na região, o que levou a junta militar liderada por Ibrahim Traoré a decretar uma mobilização geral em abril.
Os ataques também contribuíram para o aumento da violência intercomunitária e levaram ao surgimento de vários grupos de autodefesa, aos quais o governo burquinense acrescentou os chamados "voluntários", geralmente antigos militares.
A Semana com Lusa
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