Em comunicado divulgado esta manhã, a Polícia Nacional refere que a operação, com duração de quatro horas, decorreu quarta-feira nos bairros de Achada Grande Trás, Achada Grande Frente e Paiol, na capital cabo-verdiana, e foi encabeçada pela Direção Central de Investigação Criminal, contando com o apoio de diversos ramos daquela força, nomeadamente do Corpo de Intervenção, em “coordenação com o Ministério Público e apoiada pelo Juiz de Turno do Tribunal da Praia”.
“Esta OEPC enquadra-se dentro do plano da Polícia Nacional ‘Natal e Final do Ano em Segurança’ e teve a finalidade de prevenir ou reduzir o risco de cometimento de crimes com a utilização de armas, mas também o controlo, a deteção, a localização e a apreensão de armas, principalmente as de fogo que estejam em situações de posse ilegal e que podem estar associadas a outros delitos, como sejam, assaltos, agressões e brigas de grupos, preconizando a segurança da Praia em específico”, lê-se no comunicado.
A operação visou a “estratégia técnica operacional com dois propósitos bem definidos”, segundo a Polícia Nacional: “Por um lado, a prevenção/visibilidade e por outro, a repressão, com medidas gerais e especificas para cada um desses propósitos”.
Mediante mandados “emitidos por autoridade competente”, os agentes da Polícia Nacional “realizaram buscas em seis casas” e desmantelaram “um local onde se fabricava armas de fogo denominada ‘boca bedju’, com apreensão de várias peças e ferramentas utilizadas no fabrico”.
A nível de prevenção criminal e repressão foram detidos nesta operação nove indivíduos, cinco dos quais em flagrante delito por prática de crime de armas e posse de drogas e quatro fora de flagrante por cumprimento de mandados de detenção.
Os agentes da Polícia Nacional abordaram e revistaram ainda 159 indivíduos na via publica, apreenderam duas armas de fogo, munições, armas brancas, droga e outros equipamentos.
O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, reconheceu em 23 de dezembro um aumento de crimes na cidade da Praia, mas disse que não é preciso dramatizar e nem também normalizar a criminalidade na capital do país.
“Tem havido, sim, recrudescimento de casos de violência e criminalidade na Praia, mas é preciso dizer também que não se deve dramatizar e não se deve criar a perceção de desorientação no funcionamento das instituições”, disse o chefe do Governo.
Correia e Silva fez estas declarações numa altura em que já então decorria operações de segurança para a quadra festiva em todo o país. Por isso, disse que “o crime merece e tem que ter o combate devido” e que as instituições devem “melhorar o seu funcionamento”.
“E existem políticas integradas de combate à criminalidade”, sublinhou o primeiro-ministro, dando conta que até outubro, no âmbito das OPEC na capital do país, foram apreendidas cerca de 600 armas de fogo e 8.823 munições, principalmente no porto da Praia.
“E quem faz negócios com armas e munições tem que ser apanhado e entregue à justiça”, vincou Correia e Silva, entendendo que as operações especiais devem ser rotineiras.
No seu discurso, o primeiro-ministro disse ainda que é preciso alterar a perceção de que se vive num sistema em que os riscos de prisão são baixos para quem pratica o crime.
“Não porque a moldura penal é branda, mas porque questões processuais e de coordenação das ações policiais e judiciais abrem brechas para que essa perceção exista”, alertou, pedindo igualmente um “trabalho social forte” e responsabilização parental.
Particularmente na cidade da Praia, criticou o “ambiente de falta de respeito pela ordem, pela liberdade do outro, pela tranquilidade do outro e a ideia de que tudo pode ser feito sem consequências”.
A Semana com Lusa