“Disso dão-nos contas os dados existentes, ainda que bastantes díspares ou, até, contraditórios. Conforme o Programa do Governo da X Legislatura, o número de pobres em Cabo Verde atinge os 186 mil, sendo que 115 mil em situação de pobreza extrema. Já a Estratégia Nacional de Erradicação da Pobreza Extrema assume que, segundo as últimas estimativas, a pobreza extrema afeta atualmente 13,1% da população de Cabo Verde, incluindo 12.184 agregados familiares e 63.355 pessoas”, apontou o mesmo seu no seu discurso politico inicial durante o debate com o Primeiro-ministro sobre «A Estratégia Nacional de Erradicação da Pobreza Extrema» .
Baptista destacou que o que estas estimativas nos dizem é que o país contabilizava em 2020 mais 3.208 agregados familiares e 8.960 indivíduos a viver em situação extrema de pobreza, em relação ao ano 2015, sendo certo que, como frisa o documento de Estratégia apresentado pelo Governo, “… estes dados, para além de não estarem atualizados, não são robustos, nem totalmente comparáveis com IDRF. No entanto, uma vez que só serão publicados os resultados do próximo IDRF em 2024, a alternativa metodológica aplicada foi seguir os dados estimativos existentes …”.
Segundo frisou, «não precisamos ser especialistas para percebermos que as dificuldades sentidas pelos cabo-verdianos têm aumentado» nos últimos anos.
“Porém, olhemos para os resultados do inquérito da Afrobarómetro sobre a pobreza vivida em Cabo Verde, em 2022, segundo os quais 19% dos cabo-verdianos disseram que, durante o ano que passou, ficaram muitas vezes ou sempre sem uma alimentação, 23% disseram que ficaram sem cuidados médicos, 28% ficaram sem combustível para cozinhar, 34% ficaram sem água e 48% sem qualquer rendimento em dinheiro».
Para João Baptista Pereira, «urge, pois, melhorar as condições de vida dos mais pobres, reduzir a diferença entre ricos e pobres e combater decididamente a pobreza extrema em Cabo Verde”, reforçou.
Redução da pobreza na governação do PAICV
Este líder da bancada da oposição lembrou que o decréscimo da pobreza ao longo dos anos da governação do PAICV foi constante.
“Segundo dados do INE, nos vários estudos com base nos indicadores de bem-estar, a percentagem da população a viver na pobreza decresceu de 56,8% em 2001 para 45,4% em 2007 e depois para 35,2% em 2015.A percentagem de população em pobreza extrema também reduziu significativamente em Cabo Verde, passando de 20,5% em 2001 para 12% em 2011 e depois para 10,6% em 2015. A percentagem de população em pobreza extrema também reduziu significativamente em Cabo Verde, passando de 20,5% em 2001 para 12% em 2011 e depois para 10,6% em 2015”, indicou.
João Baptista Pereira referiu ainda que a distribuição do rendimento também melhorou significativamente. O índice de Gini, que mede as desigualdades, caiu de 0,53 em 2001 para 0,47 em 2007 e 0,42 em 2015.
“Este percurso de Cabo Verde foi reconhecido pelo próprio Banco Mundial, segundo o qual, poucos países podem igualar o progresso do desenvolvimento de Cabo Verde ao longo do último quarto de século. Sua renda nacional bruta per capita (RNB) cresceu seis vezes. A pobreza extrema caiu de dois terços, de 30% em 2001 (quando a medição da pobreza começou) para 10% em 2015, que se traduz numa taxa anual de redução da pobreza de 3,6%, superando qualquer outro país africano durante este período”, completou o líder parlamentar do PAICV.