“A minha visita é sobretudo para redinamizar a presença da Organização [Internacional] da Francofonia, da qual Cabo Verde é membro desde 1996 e seguir os programas da OIF neste país”, disse Louise Mushikiwabo à agência Lusa, após ser recebida, na Praia, pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.
Além da educação, ensino e formação, a responsável sublinhou ainda a existência de um projeto co-financiado pela OIF, para capacitar mulheres e meninas vulneráveis com vista à sua autonomia financeira.
“Vamos também ver com as autoridades cabo-verdianas como conseguir progressos no programa de cooperação, bem como aspetos internacionais como as mudanças climáticas, segurança, o digital, domínios em que este país está muito avançado e que são prioritárias para a francofonia”, salientou a secretária-geral.
Para Louise Mushikiwabo, os cabo-verdianos têm um “bom nível” de francês, uma língua próxima do português (língua oficial do país).
“Muita gente entende o francês, mesmo não podendo expressar da melhor forma, mas penso que o nível é muito mais elevado do que eu pensava e vamos fazer mais, na formação, ao nível do turismo e em aspetos ligados ao digital”, prometeu.
Cabo Verde tornou-se membro da OIF há mais de 25 anos, na Cimeira de Hanoi, e, em 2003, aderiu à Assembleia Parlamentar da Francofonia e o país tem participado regularmente em reuniões e eventos e a organização tem financiado alguns projetos de desenvolvimento no país.
Além de Cabo Verde, a Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe são outros países lusófonos que fazem parte da Organização Internacional da Francofonia e a secretária-geral espera a adesão de Angola, que já submeteu o processo.
“Para nós, Cabo Verde é mais um centro dos países lusófonos que são também francófonos e discutimos com o primeiro-ministro como redinamizar e mobilizar mais os cabo-verdianos para a francofonia”, terminou.
A secretária-geral da OIF termina hoje uma visita de quatro dias a Cabo Verde, a convite do ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, Rui Alberto Figueiredo Soares, para o aprofundamento das relações de cooperação e de parceria.
Para além de questões correntes de cooperação, como a língua francesa, a diversidade cultural e linguística, a educação, formação, ensino superior, investigação, a responsável abordou ainda com as autoridades cabo-verdianas temas como a promoção da paz, da democracia e de direitos humanos, bem como questões de desenvolvimento, do ambiente, economia digital e da solidariedade, considerados “assuntos prioritários” por ambas as partes.
A Semana com Lusa