Grandes perdedores
Segundo fontes deste jornal, além do Edil cessante Óscar Santos, Ulisses Correia e Silva, que ainda tentou não dar nas vistas nas primeiras horas do rescaldo destas eleições, surge como, provavelmente, o grande derrotado destas eleições, conjuntamente com a cúpula do partido ventoinha e do Governo: Olavo Correia, Fernando Elísio Freire, Luís Filipe Tavares, Gilberto Silva, Abraão Vicente e Paulo Veiga. Num compartimento semelhante ao que se aplica no sistema partido-estado, estes dirigentes, ora funcionando como responsáveis partidários outras vezes como governantes, exerceram uma enorme pressão jamais vista em Cabo Verde sobre determinados eleitores, invadindo todas as ilhas. A par disso, funcionou aquilo que os opositores chamaram de «compra de consciência descarada», com a suposta entrega de donativos e dinheiro. Nos concelhos de São Filipe e da Praia esta prática, que está a desvirtuar a democracia em Cabo Verde, transformou-se num autêntico escândalo – CNE deliberou contra tais atos, com destaque para a medida do governo que tentava atribuir subsídio a empregados informais do mercado de Sucupira na Capital.
Recorde de derrotas
Mas existem outras revelações. Não obstante ter logrado três vereações na Câmara de São Vicente, António Monteiro e a UCID tardam em se afirmar um lugar entre os partidos do arco do poder, título esse que continua a pertencer ao MpD e PAICV. Ainda a manchar o curriculum do líder da UCID é mais esta derrota na corrida pela autarquia da ilha do Monte Cara, a quinta derrota consecutiva registada pelo candidato, um recorde certamente.
Lourenço Lopes (MpD) nos Mosteiros assume, por seu turno, a sua terceira derrocada, juntando-se, também a Eugénio Veiga (Santa Catarina), onde registou a sua mais recente derrota, além de duas outras sofridas em eleições anteriores no Município de São Filipe do Fogo. Com estas notas, concluimos os rescaldos das eleições autárquicas de 25 de Outubro último em Cabo Verde.