Segundo alertou a porta-voz do maior partido da oposição, depois de um falhanço de quatro anos, o governo do MpD desperta agora, em vésperas de campanha eleitoral para as legislativas deste ano, para a questão habitacional. «Fez questão de manter as portas fechadas às centenas de habitações totalmente prontas, (muitas a deteriorarem-se) enquanto milhares de cabo-verdianos continuam a viver em condições infra humanas», criticou a parlamentar do PAICV.
« O governo do MpD destruiu o programa informático, concebido para a seleção objetiva dos beneficiários para criar uma nova forma de selecionar famílias onde as Câmaras Municipais (18 num total de 22) escolhiam a seu bel prazer os beneficiários. Ou seja, as casas do Programa, que não serviam no início da atual governação, vieram a ser úteis em tempo de eleições municipais e ,ao que tudo indica, voltam a servir agora a três meses das próximas eleições Legislativas. Isto é lamentável e indecoroso», contestou Paula Moeda.
A conferencista fundamentou que, em quatro anos o executivo de Ulisses Correia e Silva foi incapaz de produzir novas habitações, não houve política de disponibilização de solos para os mais necessitados, não houve mobilização de mais financiamentos e nem houve a preocupação de apoiar o sector da construção civil que é o parceiro mais importante no processo de desenvolvimento da oferta habitacional. «Pelo contrário: os atuais governantes apostaram em destruir o que existia, colocaram o IFH a fazer concorrência desleal com o sector imobiliário privado e hoje aproveitam dos estudos que apontavam a renda resolúvel como parte do processo para virem fazer propaganda enganosa na tentativa vã de ludribiar os cabo-verdianos», realçou.
Casa para todos e outras infra-estruturas
Para Paula Moeda, importa referir que o programa “Casa para Todos” não fez somente casas. « Construiu vários equipamentos públicos e sociais como no caso da Boa Vista, onde foi edificada a Esquadra da polícia, jardins e arruamentos no bairro da Boa Esperança. No Sal, permitiu interligar bairros em Espargos. Em São Vicente, apoiou o município a qualificar a Ribeira Craquinha, valorizou e estruturou o novo bairro de Ribeira Julião. Já em Santiago, onde foi possível edificar, deu um grande contributo na valorização dos bairros, levando infra-estruturas, equipamentos sociais e áreas de lazer, além do surgimento de novas centralidades que hoje asseguram rendimento às câmaras municipais».
Diante de tudo isto, a deputada defendeu que o PAICV é o único partido nacional que, estando no governo ou na oposição, tem encarado o problema da habitação como um todo: com medidas estruturantes e sem maquiagens ou intervenções pontuais. «Ao longo da Governação do PAICV foi estruturado para o efeito um ambicioso programa com visão e dentro duma política pública para o sector do Habitat (habitação e seu meio envolvente) que mais tarde se veio a denominar “Casa Para Todos”.
A pensar nisso, a deputada tambarina defendeu que o PAICV reafirma a importância de um programa de habitação para o país e reitera aos cabo-verdianos o seu compromisso de aperfeiçoar as politicas e mobilizar meios que facilitem o acesso a uma habitação condígna a todos os cabo-verdianos.