Estas declarações foram feitas pelo deputado António Fernandes no balanço das jornadas parlamentares do PAICV para esta primeira Sessão Plenária de Outubro que arranca esta quarta-feira, 04, tendo como ponto alto o debate com o ministro da Educação, Amadeu Cruz.
O deputado começou a conferência lembrando que a educação esta em pauta, especialmente com o início do ano lectivo 2023/24 e enfatizou que este debate como responsável pelo sector é necessário dadas as dificuldades enfrentadas pelo sistema educacional no país.
“Estamos perante um Governo que não passa de promessas, enquanto a qualidade da educação vai se degradando em alguns aspectos. Um Governo que não consegue apresentar uma avaliação de um sistema de agrupamento, conforme a promessa que tinham de apresentar um resultado de avaliação para três anos”, afirmou Fernandes.
O deputado expressou preocupação com a “falta de avaliação” do sistema de agrupamento escolar e o possível retorno ao sistema anterior, devido a “problemas não resolvidos”.
O parlamentar também questionou a “falta de transparência” em relação aos resultados da avaliação aferida aplicada em Março e o pagamento dos professores envolvidos nesse processo.
Fernandes mencionou a gestão da rede física das escolas e citou o exemplo do Liceu da Várzea, onde alunos estão “acantonados” em salas de aula temporárias devido à falta de uma nova escola prometida pelo Governo e expressou dúvidas sobre a capacidade do Governo de cumprir essa promessa até Dezembro.
O “encerramento abrupto” da Escola de Ciências Agrárias e Ambientais em São Lourenço dos Órgãos também foi abordado, com Fernandes convidando jornalistas a visitarem o local que ele descreveu como “confundindo-se com ruína”.
António Fernandes apontou também os problemas enfrentados pelos professores, incluindo a falta de progresso no Estatuto da Carreira Docente e a falta de assistência médica devida a descontos não transferidos para o Instituto Nacional de Providência Social (INPS) e ainda acusou o Governo de promover um “ambiente de medo e desmotivação” entre os docentes.
O deputado criticou as promessas do executivo em relação às pendências com a classe docente, afirmando que “o Governo não criou mais pendências com os professores, porque lá o estatuto está bloqueado” e alertou contra a “falta de seriedade” em relação às promessas do Governo e o impacto negativo que isso pode ter na qualidade da educação em Cabo Verde.
“O Governo prometeu, através do senhor Ministro da Educação, resolver todas as pendências até 2023 e agora vem com uma nova forma de promessa, que até ao final de 2024 vão ver se será possível ainda resolver ou eliminar as pendências com a classe docente. Isso é, se calhar uma tentativa de brincar, ou se calhar não levar a sério a classe docente aqui em Cabo Verde”, disse.
Fernandes encerrou a conferência de imprensa enfatizando a necessidade de um debate crítico sobre a qualidade da educação e pedindo às autoridades educativas que tomem medidas para reverter a actual situação de decadência no sistema educacional do país.
A Semana com Inforpress