Estas declarações foram feitas no âmbito do discurso de abertura do grupo parlamentar do PAICV no debate com o PM Ulisses Correia e Silva sobre a diáspora e desenvolvimento, onde o mesmo acrescentou que persiste-se «a complexa situação do desembaraço alfandegário dos bens e das encomendas dos nossos emigrantes».
Francisco Pereira falou a ainda da fraca capacidade de operacionalização das condições do Investimento Emigrante, da necessidade de alargamento dos direitos cívicos e políticos dos cabo-verdianos emigrantes e seus descendentes para uma integração plena efetiva.
Ainda segundo o porta-voz do maior partido da oposição, não há uma visão clara sobre o enquadramento legal e institucional para mais e melhor aproveitamento dos Quadros Altamente Qualificados e de investidores da nossa diáspora no processo de desenvolvimento.
«Não há uma visão clara de políticas para com os descendentes de emigrantes, como também não existe sensibilidade para de uma forma justa repor a regularização documental. Cabo Verde não pode dar-se ao luxo de ter os seus filhos a correr o risco de serem considerados apátridas. Coloca-se, em definitivo, a necessidade de revisitarmos a LEI DA NACIONALIDADE», referiu.
Para o PAICV, o PM, o seu Governo estão a falhar na previsibilidade e na sustentabilidade desta problemática inerente a diáspora cabo-verdiana.
« Em boa verdade, falta a este Governo uma visão holística e um sentido estratégico, por forma a aproveitar, no limite das nossas capacidades, as mais-valias que a diáspora pode imputar ao nosso processo de desenvolvimento, conforme reza a nossa Constituição », enfatizou.
O Grupo Parlamentar do PAICV, exprime, por outro lado, o seu reconhecimento e a sua gratidão por tudo aquilo que a Diáspora tem feito e mesmo em momento de aflição da incerteza manteve-se firme e fiel à terra, «como um leito de um curso de água que nunca seca».
Francisco Pereira referiu que a contribuição dos Emigrantes é bem visível, em todos os níveis e, em variadíssimos sectores de atividades económicas. A título de exemplo, apontou que as remessas dos emigrantes ultrapassam hoje em dia o Investimento Direto Estrangeiro (IDE) como fontes de financiamento do desenvolvimento, situando-se na ordem dos 12% do Produto Interno Bruto ( PIB).