Julião Varela, que é deputado do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), fez estas declarações à imprensa no final de uma visita que os parlamentares eleitos pelo círculo eleitoral da Praia efectuaram a Escola Luar, do EBO, da zona de Terra Branca, Escola Técnica Cesaltina Ramos, na Achada Santo António, e a Central da Electra, no Palmarejo.
Conforme explicou, a visita dos deputados do seu partido enquadra-se no âmbito do arranque do novo ano parlamentar previsto a partir do próximo mês, tendo realçado que esta sexta-feira foram privilegiados os sectores da educação e da produção de água para a visita do PAICV.
“Iniciamos a visita na escola de luar em Terra Branca para onde os alunos do liceu da Várzea foram transferidos e constatamos que efectivamente houve uma grande falha na planificação dessa transferência, porquanto o Governo sabia que o Liceu da Várzea nao iria funcionar, teria que encontrar alternativas e a verdade é que nós encontramos alunos a coabitarem com estaleiros de obras”, apontou.
Segundo o deputado, neste momento não há espaço para professores e a escola está a funcionar somente com uma casa de banho para cerca de 200 rapazes, frisando que os constrangimentos registados demonstram claramente que houve uma falha de programação na transferência desses alunos.
No seu entender, todas as condições deveriam ser criadas para o conforto dos alunos e da classe docente, exortando o Governo a acelerar os passos e criar as condições necessárias por forma a garantir a tranquilidade da classe docente e dos alunos.
Relativamente à visita efectuada a Escola técnica Cesaltina Ramos, prosseguiu, o PAICV encontrou pessoas apinhadas devido à falta de espaço, indicando que neste momento os professores estão a trabalhar nos corredores.
“O Governo tinha outras alternativas, há vários outros espaços que estão encerrados aqui na Praia, de maneira que não houve suficiente preparação para isso. O Governo tem que assumir a responsabilidade de forma clara”, disse questionando, por outro lado, o executivo, como ficará a situação de atribuição do passe escolar aos alunos da Várzea, uma vez que as informações que o PAICV dispõe indicam que essa medida terá efeito somente no primeiro trimestre.
Segundo informações avançadas pelo ministro da Educação, Amadeu Cruz, nas vésperas da abertura do novo ano lectivo, os alunos do liceu da Várzea, cujo antigo edifício foi desativado este ano, vão ser distribuídos no novo ano lectivo pela escola secundária Cesaltina Ramos e escola básica Terra Branca até conclusão do novo edifício, previsto para Dezembro.
De Setembro até Dezembro, os alunos do 7º e 8 anos de escolaridade vão frequentar as aulas nas escolas de Ensino Básico Obrigatório (EBO) de Terra Branca, e os estudantes do 9º ao 12ºanos vão assistir às aulas na escola secundária Cesaltina Ramos, também conhecida como escola técnica de Achada Santo António.
Quanto a visita efectuada a estação de produção de água da Electra, no Palmarejo, para se inteirar sobre a problemática da produção da água, Julião Varela disse a garantia do PCA da Electra, Luís Teixeira, é de que o problema não está na produção, mas sim na distribuição que é feita pela Águas de Santiago (AdS).
“Vimos passar uma informação na televisão de que a insuficiência da água nos bairros da cidade da Praia é devido a falha na produção e recebemos informações que isto não corresponde à verdade. Portanto, a Electra garante que mantém a sua capacidade de produção normal, de maneira que o problema está na distribuição e não é normal que isto esteja a acontecer em pleno Verão em que as pessoas têm grandes necessidade de utilização de agua”, criticou.
O secretário-geral do PAICV exortou, neste sentido, a AdS e o Governo a assumirem as suas responsabilidades e resolverem esta questão de uma vez por todas, lembrando que existem bairros na Praia que ficam três meses sem ter acesso a água.
“Do nosso ponto de vista, a AdS tem de estar mais perto da cidade da Praia, tem a sede em Assomada, as delegações que existem na Praia são apenas para cobranças, é preciso estar na Praia, viver na Praia, para poder resolver os problemas, que os praienses enfrentam diariamente e quem sofre são as camadas mais desfavorecidas que são obrigadas a comprar água em autotanques”, concluiu.
A Semana com Inforpress