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Parlamento/Alerta: PAICV adverte que o novo ano parlamentar vai decorrer sob o signo da crise social e da governação 06 Outubro 2023

O líder do PAICV alertou hoje, em declaração política no parlamento, que o início do novo ano parlamentar vai ser feito o signo da crise da governação generalizada. Tudo, segundo Rui Semedo, por causa de um governo gordo insensível aos problemas dos cabo-verdianos, intransparente e delapidar dos recursos públicos.

Parlamento/Alerta: PAICV adverte que  o novo ano parlamentar  vai decorrer sob o signo da crise social e da governação

Com efeito, vivemos a situação de termos um governo insensível aos problemas das pessoas, um governo desfocado e desconectado com a realidade, um governo que não dialoga, um governo que não ouve os outros, um governo que ignora, olimpicamente, todas as críticas, todas as propostas e todas as sugestões”, apontou o presidente do PAICV.

Crise política - Ausência de reformas e medidas desajustadas

Para Rui Semedo, a crise de governação é notada pela ausência de reformas e pelas medidas desajustadas que não contribuem para resolver os problemas fundamentais destas ilhas.

Crise política- Instabilidade nos transportes aéreos e marítimos

Na sua declaração política, o líder do maior partido da oposição destacou ainda que a crise política pode ser verificada pela instabilidade provocada no setor dos transportes aéreos e marítimos, “que parece ser vítima de enguiços permanentes para atormentar a vida dos cabo-verdianos que dão sinais de estarem exasperados com a ausência de respostas estáveis, duradouras e sustentáveis”.

Cada hora uma notícia, cada momento uma surpresa e cada dia uma peripécia, cada uma pior que a outra e a surpresa passaram a ser os escassos dias de ligação sem sobressaltos”, salientou.

Relembrou do último episódio, que foi o escândalo de ver mercadorias dos operadores económicos a serem destruídas “por incúria e irresponsabilidade daqueles que mandam”, mas que não querem saber dos sacrifícios que as pessoas fazem para ganhar a vida e para sustentar as suas famílias.

“Sim, a situação que aconteceu com os produtos alimentares estragados é um escândalo vergonhoso, porque num país de muita pobreza, de falta de alimentos ou de insegurança alimentar, como o governo gosta de dizer, é inconcebível e até imoral que alimentos estejam a ser deitados fora, por pura falta de respeito para quem trabalha e quer ganhar a vida honestamente”, fundamentou.

Rui Semedo disse que a pergunta que fica é quem vai arcar com as responsabilidades e ressarcir aqueles ou aquelas comerciantes pelos danos materiais e financeiros causados.

Crise política- Aumento da criminalidade urbana

O parlamentar ressaltou ainda que a crise da governação é também testemunhada pelo aumento da criminalidade urbana, pela falta clamorosa de segurança e pelo agravamento da perceção de insegurança que levam as pessoas a uma verdadeira loucura.

Todos estes anos foram tomadas as mesmas medidas, foram desenhadas as mesmas respostas e foram implementadas as mesmas políticas, pelas mesmas pessoas sem resultados e não se mudam as medidas, não se repensam as respostas, não se alteram as políticas e, muito menos, se mexem nos titulares mergulhados no insucesso e sem respostas que justifiquem a longa e infrutífera permanência nos cargos”, disse.

Crise política - Cultura de intransparência e caso das privatizações

Para o presidente do PAICV, a crise de governação é também verificada por uma compulsiva cultura de intransparência, que segundo afirmou, de forma irresponsável, conduz os negócios públicos sem concurso, sem respeito pelo sacrifício de Cabo Verde.

O descalabro que foi a privatização dos TACV e a vergonha que representa a concessão dos transportes marítimos não serviram de lição para uma concessão mais ajuizada da gestão dos aeroportos e aeródromos”, pontuou.

Em seu discurso, apontou também que nem se tomaram medidas com as inspeções dos fundos de turismo e do ambiente surgem novos escândalos com os fundos da FICASE e todos eles envoltos em escândalos de tentativa do governo em esconder os relatórios das inspeções.

Continuou por dizer que a intransparência pode ser ainda no emprego e no acesso aos cargos públicos, no relacionamento com as empresas e os empresários, nas seleções para obras públicas e nas aquisições públicas, no geral, que, de acordo com os relatórios da ARAP, são feitas, em regra, por ajustes diretos, remetendo os concursos públicos para meras e raríssimas exceções.

Crise política - Dilapidação dos recursos públicos

Continuando a analisar a situação que se vive em Cabo Verde, Rui Semedo acrescentou que a crise de governação pode ser verificada também pela dilapidação dos recursos públicos, designadamente os recursos do INPS, colocando em perigo a sustentabilidade do sistema de previdência social.

Crise política- Aumento em 18% dos vencimentos dos governadores

Destacou que os últimos sinais de crise de governação é o aumento em 18% dos vencimentos do Governador e dos Administradores do Banco de Cabo Verde.

“Este aumento prova também que estamos perante uma crise de governação provocada por governantes que querem arrumar a casa para os seus titulares antes da despedida”, enfatizou.

Lembrou que antes desta medida já se tinha aumentado o vencimento do Primeiro-Ministro, de mais um governante e de um outro titular, todos membros do Banco Central.
De acordo com Rui Semedo, no fundo o que se verifica é a preparação do regresso dos mesmos em condições altamente vantajosas.

“Por outro lado, quer se exigir sacrifícios para aqueles que ganham menos que vão receber uma percentagem residual de aumentos. Dá-se grande percentagem aos que ganham mais e quase nada aos que ganham menos. Onde está a justiça? Onde está a solidariedade? Onde está a preocupação para com os que ganham menos e passam maiores dificuldades?”, questionou.

Ressaltou que, com este aumento salarial no BCV, o Governo perdeu toda a legitimidade e toda a moral de exigir mais sacrifícios aos cabo-verdianos.

Por tudo isso, vê-se que precisamos de um governo mais humano, mais sensível aos problemas do povo, que sirva, realmente, o país e que governe para dar respostas aos problemas das pessoas”, concluiu o líder do maior partido da oposição na sua declaração política feita esta manhã no parlamento cabo-verdiano.
Foto: Inforpress

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