“O PAICV não vai deixar de denunciar questões de falta da transparência no acesso ao emprego público, a questão de discriminação ou favoritismos no acesso aos cargos de direção, a questão dos concursos públicos versus ajustes diretos, a questão de igualdade de tratamento das empresas públicas e todas as formas de utilização indevida dos recursos públicos», alertou Cardoso de Pina, em reação à conferência de imprensa proferida ontem pelo MpD.
Conforme avançou, o PAICV não se deixa intimidar com esta atitude de se querer silenciá-lo e avisa que vai continuar a exercer, com responsabilidade o seu papel de oposição democrática.
“Ser-se oposição responsável é, também, fiscalizar com atenção as ações do
Governo e da maioria e nesse aspeto, os cabo-verdianos podem contar plenamente com o PAIC”, afirmou.
Fidel Cardoso de Pina explicou que ontem, num total despropósito, o partido ventoinha veio a público atacar, mais uma vez, o PAICV, a propósito da avaliação feita pela Freedom House. Mas, referiu que , não é difícil entender o que pretende este partido, que é justamente a politização dos dados para perturbar uma boa leitura e análise das fragilidades identificadas.
“É claro que a Freedom House valoriza o facto de Cabo Verde viver em estabilidade democrática, com eleições regulares, com alternâncias políticas, com governos de legislatura, com governabilidade e, seguramente, sem golpes de estado e sem crises políticas no nosso país. A Freedom House valoriza também o facto de ter havido eleições legislativas ganhas por um partido e, quase ato contínuo, ter-se registado, em eleições diretas, uma vitória de um Candidato a Presidente da República apoiado por um outro Partido na oposição, o que pode ser demonstrativo de grande maturidade dos eleitores cabo-verdianos nas suas escolhas para a sua representação política”, ressaltou.
Continuou destacando que todos estes ingredientes conjugados levam a Freedom House a distinguir Cabo Verde como a primeira democracia em África.
“Este facto é sim razão de satisfação para todos nós e o PAICV valoriza este reconhecimento porque sabe que isso é resultado do esforço de todos os Cabo-verdianos.Que cabo-verdiano que aceitaria a não realização de eleições regulares e periódicas? Seguramente, que nenhum!”, disse.
Fidel de Pina esclareceu, por outro lado, que esta avaliação da Freedom House vem na sequência de um conjunto de outras avaliações menos boas feitas por várias outras instituições, como a Mo-Ibrahim, ou Fitch Ratings a propósito do nosso ranking, ou ainda a Bloom Consulting, sobre a atratividade económica dos países africanos, onde Cabo Verde registou retrocessos, com importantes perdas de posições.
O mesmo referiu ainda que com relação a avaliação destas instituições o Governo e o MPD demonstraram algum desconforto e, ou não reagiram, ou tentaram desvalorizar estas instituições.
“Todos estão lembrados que com relação aos dados da Afrosondagem em que a maioria reagiu mal e, através do seu Secretário-Geral, prometeu ir fazer uma análise aturada e profunda que, com certeza, ainda não foi concluída”, lembrou Fidel.
O jovem dirigente, que é também lider da JPAI e deputado nacional, salientou que mesmo em relação à avaliação da Freedom House, é preciso prestar muita atenção a dimensão da corrupção, do nepotismo, do acesso à justiça, a questão da criminalidade ou a problemática das iniquidades para as mulheres e para os trabalhadores migrantes.