Em um mundo mágico onde a Lua se ensanguenta no Milkyway e as estrelas dançam em êxtase cósmico, surge "Moral and Dogma" de Albert Pike, um relicário literário repleto de enigmas e maravilhas. Vamos agora deslizar pelas correntes desta narrativa onírica e imergir em seu encanto e desencanto. Vamos as lucubrações.

Na sinuosa trama das palavras, "Moral and Dogma" de Albert Pike desenha um labirinto, um portal para os segredos enterrados nos corredores sombrios da Maçonaria. Através dessa jornada mágica, encontramos aspetos de esplendor e enigmas que se entrelaçam que nem fios de ouro.

A profundidade do simbolismo é o elixir da juventude desta obra mística. Como aventureiros perdidos em uma floresta encantada, Pike nos guia por uma trilha de rituais enigmáticos, emblemas brilhantes e alegorias maçônicas, revelando os véus que escondem os mistérios da Ordem. É como se a própria alma da Maçonaria fluísse das páginas, permitindo que os iniciados se banhem nas profundezas insondáveis de sua herança.

A história e a tradição emergem como uma quimérica tapeçaria, tecida com fios de fogo. "Moral and Dogma" oferece uma visão arrebatadora da epopeia maçônica, especialmente do Rito Escocês Antigo. O passado se ergue, sedente e dançarino, diante de nós como vampiros de thriller de Michael Jackson, vibrante e resplandecente, enquanto Pike nos transporta para gerações antigas e revela os pilares em que a Maçonaria repousa.

Mas, à medida que a narrativa se desenrola, sombras tenebrosas também se espalham pelo cenário. A complexidade da prosa se desdobra como um quebra-cabeça enigmático que pode afastar os não iniciados, os iniciados, e muitos semiletrados mestres, desafiando as mentes que se aventuram. A linguagem se assemelha a névoa densa de uma noite mágica, obscurecendo os caminhos da compreensão para aqueles que buscam uma visão clara dos princípios maçônicos.
A maior falha repousa na ausência de um farol que guie os corações rumo à transcendência. Entre as páginas repletas de simbolismo e sabedoria, falta um mapa nítido que conduza à iluminação espiritual. Aqueles que anseiam por uma bússola interna, uma senda esotérica que os leve aos portais do transcendental, podem se encontrar à deriva em um oceano de incertezas.

E, finalmente, a diversidade de interpretações, característica inerente à Maçonaria, é uma tormenta que agita as águas. O livro não consegue unificar as visões maçônicas, resultando em um coro de vozes, cada uma entoando sua própria verdade. A busca por uma orientação definitiva se torna uma tempestade intransponível.

"Moral and Dogma" de Albert Pike é uma relíquia de profundo simbolismo e rica tradição maçônica, mas é também uma floresta densa de complexidade, com clareiras iluminadas por intuições que podem escapar aos menos versados. É um códice sagrado para aqueles que buscam aprofundar seu conhecimento sobre a Maçonaria, mas que desafia os viajantes em busca de uma senda clara em direção aos reinos do esotérico e do transcendental. A lenda de Pike permanece viva, tanto nas estrelas brilhantes de seu simbolismo como nas sombras enigmáticas de sua complexidade, como um conto etéreo que ecoa através das civilizações.

Outubro 2023, EUA
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* Escritor e poeta